Artista define define trabalho como 'Ode ao bem-querer'
“É porque sou nativo de uma gente que fez arte e me ensinou tudo o que sei. Afinal de contas, somos brasileiros. Toco um instrumento que está para o Brasil como o tambor está para a África. A viola caipira se tornou patrimônio cultural, e carrego esse sentimento de patrimônio.” O violeiro Wilson Dias explica assim o que o animou a gravar [Na.ti.vo], seu sétimo álbum, cujo show de lançamento em BH ocorre nesta quarta (19), no Sesc Palladium.
Logo que começou sua carreira artística, o violeiro trouxe de volta o sobrenome da mãe, que havia sido suprimido de sua certidão, e adotou como nome artístico Wilson Dias. A única foto existente de dona Terezinha Dias, a mãe do instrumentista, está impressa na capa do disco. Na imagem, ela aparece ao lado do marido, Antônio de Jesus. “Eles não têm nenhum outro retrato, a não ser este. [A impressão na capa] É para que as futuras gerações vejam pelo menos essa herança de onde viemos”, diz.
Um dos CDs tem exclusivamente faixas instrumentais, e outro traz canções da cultura popular. Para Wilson Dias, as músicas representam a partilha do sentimento de bem-querer. “Acumulei esse sentimento vendo os mestres nas celebrações de todas as manifestações das artes, seja na religiosidade, no artesanato, na dança ou na música”, afirma. A escolha cuidadosa das composições procurou fazer jus a esse objetivo. “Estamos vivendo um momento delicado, no qual as pessoas estão muito sem paciência. A letra tem esse poder de tocar a pessoas, então não tem nenhuma palavra agressiva. É um disco palpado na pureza do bem-querer.”
PARCERIAS [Na.ti.vo] conta com a participação de Titane, Rubinho do Vale, Brenda Andrade e Lislie Fiorinni. Para Wilson Dias, as parcerias são frutos cultivados durante a trajetória artística. Os parceiros do disco confirmaram presença no show desta noite, que tem 15 das 23 músicas do álbum no set list. “Estou levando o disco para o palco. Escolhemos (tocar) todas as canções e apenas duas do CD instrumental, para não ficar muito grande”, explica o violeiro.
Ele estará acompanhado também dos músicos Edson Fernando (bateria/percussão), Gladson Braga (percussão), Lucas Viotti (acordeon), Pablo Malta (bandolim e violão 7 cordas) e dos filhos Pedro Gomes (baixo) e Wallace Gomes (violão). Irmãs e irmãos de Wilson Dias participam dos vocais. Uma das canções inclui fragmentos de uma das ladainhas que Wilson se acostumou a ouvir a mãe rezar durante sua infância. Incluí-la no CD “é uma forma de registrar a herança da arte sagrada dessa natividade”, diz.
A cantora Déa Trancoso compara o álbum à cartografia de um preto velho, no texto de apresentação que escreveu para [Na.ti.vo]. “Tenho profundo respeito, sou frequentador de terreiro de umbanda e sou espírita, mas estou longe de ser um preto velho. Quem me dera um dia chegar a essa divindade toda, a essa luz toda”, afirma Wilson Dias.
*Estagiária sob a supervisão de Silvana Arantes
Da infância em Olhos D’Água, no Vale do Jequitinhonha, o compositor buscou referências para a construção do disco duplo. Uma delas vem inscrita em seu próprio nome. A intenção de seus pais era batizá-lo como Wilson de Jesus Dias. Porém, a escrivã do cartório (e também sua madrinha) teve outra ideia. “Lá no Vale, tínhamos o hábito de registrar mais tarde, então eu mesmo fui fazer o meu registro. Quando falei meu nome, ela disse: ‘Você nasceu em 8 de setembro, no Dia da Natividade, então será chamado de Wilson Nativo de Jesus’”, conta.Logo que começou sua carreira artística, o violeiro trouxe de volta o sobrenome da mãe, que havia sido suprimido de sua certidão, e adotou como nome artístico Wilson Dias. A única foto existente de dona Terezinha Dias, a mãe do instrumentista, está impressa na capa do disco. Na imagem, ela aparece ao lado do marido, Antônio de Jesus. “Eles não têm nenhum outro retrato, a não ser este. [A impressão na capa] É para que as futuras gerações vejam pelo menos essa herança de onde viemos”, diz.
Um dos CDs tem exclusivamente faixas instrumentais, e outro traz canções da cultura popular. Para Wilson Dias, as músicas representam a partilha do sentimento de bem-querer. “Acumulei esse sentimento vendo os mestres nas celebrações de todas as manifestações das artes, seja na religiosidade, no artesanato, na dança ou na música”, afirma. A escolha cuidadosa das composições procurou fazer jus a esse objetivo. “Estamos vivendo um momento delicado, no qual as pessoas estão muito sem paciência. A letra tem esse poder de tocar a pessoas, então não tem nenhuma palavra agressiva. É um disco palpado na pureza do bem-querer.”
PARCERIAS [Na.ti.vo] conta com a participação de Titane, Rubinho do Vale, Brenda Andrade e Lislie Fiorinni. Para Wilson Dias, as parcerias são frutos cultivados durante a trajetória artística. Os parceiros do disco confirmaram presença no show desta noite, que tem 15 das 23 músicas do álbum no set list. “Estou levando o disco para o palco. Escolhemos (tocar) todas as canções e apenas duas do CD instrumental, para não ficar muito grande”, explica o violeiro.
Ele estará acompanhado também dos músicos Edson Fernando (bateria/percussão), Gladson Braga (percussão), Lucas Viotti (acordeon), Pablo Malta (bandolim e violão 7 cordas) e dos filhos Pedro Gomes (baixo) e Wallace Gomes (violão). Irmãs e irmãos de Wilson Dias participam dos vocais. Uma das canções inclui fragmentos de uma das ladainhas que Wilson se acostumou a ouvir a mãe rezar durante sua infância. Incluí-la no CD “é uma forma de registrar a herança da arte sagrada dessa natividade”, diz.
A cantora Déa Trancoso compara o álbum à cartografia de um preto velho, no texto de apresentação que escreveu para [Na.ti.vo]. “Tenho profundo respeito, sou frequentador de terreiro de umbanda e sou espírita, mas estou longe de ser um preto velho. Quem me dera um dia chegar a essa divindade toda, a essa luz toda”, afirma Wilson Dias.
*Estagiária sob a supervisão de Silvana Arantes