Mineiro faz nesta quinta (9) show de lançamento do DVD que registra repertório do antológico álbum de 1972
Tem sido assim. Do palco, Lô Borges, 66, distingue, em meio ao público, alguém que faz questão de levantar o exemplar físico do ‘Disco do Tênis’. A atitude de carinho e reverência, claro, enche de orgulho o cantor e compositor – o trabalho em questão, você sabe, foi lançado em 1972 e se tornou um marco na música popular brasileira.
Passadas mais de quatro décadas, Lô reviveu o repertório do histórico álbum em um show no início do ano que, tendo como palco o Circo Voador, no Rio de Janeiro, foi devidamente registrado para gerar o DVD “Tênis + Clube – Ao Vivo no Circo Voador” (Deckdisc).
E é justamente esse repertório que ele coloca em repasse na apresentação que fará nesta sexta-feira (9), no Sesc Palladium. No caso, o “+ Clube” reporta-se ao fato de que, tendo sido lançado no mesmo ano de 1972, o álbum “Clube da Esquina”, que teve Lô como um dos partícipes, também será lembrado na ocasião.
No caso do “Disco do Tênis”, nunca é demais lembrar que, mesmo que o petardo tenha sido batizado com o nome de Lô, acabou se tornando conhecido assim pela fotografia que estampava a capa. “O show em Belo Horizonte vai trazer integralmente o conteúdo (do DVD), mas vamos inserir também algumas músicas que não estão nele”, promete Lô, que sobe ao palco ao lado de banda para reviver canções como “O Trem Azul”, “Paisagem da Janela” e “Para Lennon & McCartney”, entre outras pepitas.
Sobre a gravação do DVD, em março, ele ressalta que encontrou um público pra lá de receptivo. “Ao final, deu tudo certo, e fizemos as canções nos arranjos originais, com as pessoas cantando junto”. Cumpre dizer que a plateia que canta em uníssono é formada não só por contemporâneos do músico, mas por pessoas de variadas faixas etárias.
“Tenho muito orgulho de ter composto essas músicas aos 20 anos. E a relação das novas gerações com elas, de fato, me comove, me deixa superorgulhoso. É um repertório que foi ultrapassando décadas, gerações. E é tão interessante o carinho que a juventude tem com esse trabalho que me deixa convicto de que tudo o que a gente fez ali foi verdadeiro de tal maneira que até hoje se conecta com as pessoas”, conta.
Arctic Monkeys
A conexão que os ouvintes estabelecem com o repertório, na verdade, transcende culturas e barreiras linguísticas. A ponto de Alex Turner, vocalista do grupo britânico Arctic Monkeys, ter citado uma música do ‘Disco do Tênis’, “Aos Barões”, como exemplo de uma canção que seria uma de suas fontes de inspiração para o álbum novo da banda. “Fiquei muito orgulhoso, honrado e feliz de ter sido citado por ele”, reconhece Lô.
E, sim, o tempo tem mesmo sido de alegrias para Lô Borges, que, confesso do exercício ininterrupto de compor, prepara para 2019 o lançamento de novo álbum de inéditas, “O Rio da Lua”, com letras do violonista Nelson Angelo. “Estou muito satisfeito com o resultado, e por compor com um parceiro dos anos 70, que participou tão ativamente tanto do ‘Disco do Tênis’ quanto do ‘Clube da Esquina’. Na verdade, nunca tinha composto com ele, e esse ano me trouxe essa oportunidade”, exulta.
Serviço
“Tênis + Clube”, com Lô Borges. Sesc Palaldium (rua Rio de Janeiro, 1.046, centro). Sexta (9), às 21h. A partir de R$ 70 (inteira)