50 MIL PESSOAS

Após 32 anos de uma carreira de sucesso no Brasil e no mundo, o grupo mineiro Skank se despediu dos palcos em uma emocionante apresentação nesse domingo (26), no estádio Mineirão, em Belo Horizonte. Foram 3h30 de show, 50 mil ingressos vendidos e participação mais que especial de Milton Nascimento, o Bituca.

Em entrevista ao Hoje em Dia, o vocalista Samuel Rosa contou que a escolha do repertório foi a parte mais difícil da "Turnê da Despedida", que passou por mudanças ao longo das apresentações pelo país. Em BH, o grupo trouxe um repertório recheado de hits e abriu o show com a música 'Dois rios', seguida pelo clássico 'É uma partida de futebol', que fez o público pular no Mineirão.

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(Maurício Vieira / Hoje em Dia)

O roteiro da última apresentação foi recheado de emoção por parte dos integrantes e do público. O estádio reuniu diversas gerações e fãs de todo o Brasil. Emocionado, o vocalista lembrou do início da carreira, na década 1990, e justificou a escolha do Mineirão como palco do último show: apaixonados por futebol, os integrantes consideram o 'gigante da Pampulha' como a segunda casa da banda. "Tinha que ser na nossa cidade, tinha que ser em Belo Horizonte", explicou Samuel.

Um momento de destaque do espetáculo foi a "entrega" do vocalista aos fãs que estavam na grade em frente ao palco. Ao som de 'Jackie Tequila', o artista aproveitou as boas energias do reggae – estilo que é uma das raízes do grupo – para agradecer, pessoalmente, e com muito afeto, o carinho do público.
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Ali na frente estava Paulo Henrique Silva, de 23 anos. Morador de BH, ele contou que chegou na fila do evento às 13h e, após duas horas de espera, foi o primeiro fã a chegar na disputada grade em frente ao palco. Acompanhado de outros três amigos, o jovem, apesar de empolgado para a última apresentação dos ídolos, não escondeu o descontentamento com a despedida do grupo.

"Eu estou com um sentimento de tristeza, por ser o último show, pela história do Skank, por tudo que eles representam. Mas, enfim, a gente vai continuar ouvindo as músicas. Como fã, a gente entende que é um ciclo que se encerra para eles", contou o jovem.

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(Maurício Vieira / Hoje em Dia)

Sem dúvida, o ápice do show foi a participação brilhante do cantor mineiro Milton Nascimento. Apoiado pelos quatro integrantes da banda, por conta da mobilidade reduzida, Bituca chegou de forma grandiosa ao palco e surpreendeu a plateia. A presença ilustre do célebre artista levou alguns fãs às lágrimas, junto com o líder do grupo. "Sem a sua existência não estaríamos aqui hoje", lembrou Samuel Rosa.

Com a saúde frágil, Milton Nascimento cantou apenas uma música, ‘Resposta’, e deixou o palco ovacionado e reverenciado pelo público e pelos integrantes da banda.

Apesar do espectáculo memorável, que estava sendo registrado em DVD – o segundo da banda no Mineirão –, algumas pessoas da plateia relataram pontos negativos do evento, como demora para entrar no estádio, fila para comprar bebidas e alimentos e o preço dos produtos. A cerveja, item mais consumido pelo público, custava R$ 16, e um balde de pipoca chegava a R$ 35.