Antes de ver Elis cantar, a cantora Isabela Morais sentiu e visualizou como seria a interpretação in loco do ícone brasileiro. “Eu acho que comecei a ouvir ela ainda na barriga da minha mãe”, revela. “Muito tempo depois fui assistir alguns vídeos dela na internet e fiquei impressionada, porque era exatamente da forma como eu imaginava que seria sua interpretação. E saí achando que cantar era aquilo”.
Como prova de que aprendeu (e apreendeu) a lição, Morais protagoniza o maior desafio de sua carreira com o espetáculo “De Coisas que Aprendi com Elis”, que ocupa amanhã o Cine Theatro Brasil. No show, a cantora revisita o repertório da cantora num olhar apaixonado sobre o legado da artista gaúcha. O desafio está em mexer no território sagrado que é Elis, a maior de um país repleto de cantora de estatura gigantesca.
“Tenho de respirar fundo”, revela. “Com o espetáculo, tenho a dimensão do desafio. E sei que, como fã, sou exigente quando vejo alguém fazendo um tributo para ela. Mas me sinto preparada, não só emocionalmente como tecnicamente, me vejo em um bom momento como cantora, o que me dá a segurança de levar isso pro palco. A recepção no show no sul de Minas foi muito boa, e isso me motiva a transformar a grandiosidade do espetáculo de amanhã”.
A banda aliás traz importantes instrumentistas da cena musical do Sul de Minas: e Bruno Vieira (bateria), Clayton Prósperi (piano) e Dedê Bonitto (baixo). A parceria com Clayton foi determinante para a cantora. O músico, que já foi gravado por Milton Nascimento era “paquerado” há tempos por Morais. Com cenário inspirado no álbum “Elis, essa mulher”, o show passeia pela própria história da MPB, a partir de uma homenagem à intérprete, passando tanto por clássicos como “Madalena” e “Romaria” quanto por “lados B”, músicas como “Rancho da Goiabada”.