Em um ano marcado pelo acirramento nas disputas eleitorais, a música não passou incólume. Shows de grande porte e álbuns lançados trouxeram forte viés político e se consolidaram como espécie de última trincheira da liberdade. A música negra, principalmente comandada pelo rap e o hip- hop, foi outro aspecto em comum.
Ozzy Osbourne: “Farewell World Tour”
18/5. Não é a primeira vez que o Príncipe das Trevas anuncia uma turnê de despedida, e o próprio vocalista revelou que pode voltar ao Brasil no futuro. Mas o show na Esplanada do Mineirão teve um teor de adeus. E Ozzy não decepcionou. Ao lado do guitarrista e fiel escudeiro Zakk Wylde, ele destilou clássicos da carreira solo, como “Crazy Train”, e dos tempos de Black Sabbath, como “War Pigs”.
Roger Waters: “Us+Them”
21/10. Roger Waters não se contentou apenas em subir ao palco e tocar sucessos do Pink Floyd ou de sua carreira solo. O cantor e multi-instrumentista também se preocupou em levar ao Mineirão uma fusão de música, teatro, dança e cinema, repleta de efeitos especiais – incluindo o tradicional porco voador. De quebra, ainda dividiu o público ao meio com seu discurso político e sua aversão à extrema direita brasileira, culminando em vaias e aplausos.
Adriana Calcanhotto: “A Mulher do Pau-Brasil”
10/8 e 22/11. Com ingressos esgotados para a apresentação do dia 10 de agosto, Adriana Calcanhotto foi informada, antes do bis, que uma nova data na capital mineira seria marcada até o fim do ano. E em novembro, a cantora retornou com o show “A Mulher do Pau-Brasil”, trazendo na bagagem hits como “Esquadros” e “Devolva-me”, entre outros, e provando que a voz continua afinada.
Djonga: “O Menino que Queria Ser Deus”
Pode-se dizer que 2018 foi o ano de Djonga. O artista colecionou críticas positivas com seu segundo disco, “O Menino que Queria Ser Deus”, composto por dez pérolas do rap mineiro e contando com a participações de Karol Conka na faixa “Estouro” e Sidoka e Sant na canção “UFA”. Além disso, o clipe de “A Música da Mãe” – que não faz parte do álbum –, divulgado no YouTube no dia 20 de agosto, rendeu mais de 12 milhões de visualizações.
Elza Soares: “Deus É Mulher”
Elza Soares foi, de novo, uma das personagens mais importantes do ano. Com sua voz negra e o corpo marcado por batalhas vencidas, ela se tornou tema de musical, livro e documentário. Na área que melhor domina, a música, lançou outro CD com repertório inédito que repetiu o mantra de luta, feminismo e modernidade. Como de praxe, Elza cantou “O que Se Cala” no país.