Um erro histórico vai ser corrigido neste domingo. Apesar de mais de duas décadas de atuação, a Orquestra Sinfônica Heliópolis (OSH) ainda não havia se apresentado em Belo Horizonte. A reparação dessa falha, felizmente, será em grande estilo. Formada por alunos de um dos projetos sociais de música erudita mais importantes do país e que atende hoje 1.300 jovens em São Paulo, a orquestra se apresenta na praça da Estação, de graça, a partir das 17h, com a participação especial do sambista Diogo Nogueira.

A apresentação faz parte do projeto Unilever Sons do Brasil, que promove o encontro entre a música popular e a erudita em espaços públicos. A capital mineira será a segunda cidade do país a receber uma edição do evento, que começou em outubro, com uma apresentação da OSH com o Paralamas do Sucesso, em São Paulo. 

Essa fusão do clássico com o popular, inclusive, não é novidade para a OSH, que promete mesclar compositores tradicionais, como Tchaikovsky, com versões de sucessos como “My Way”, famosa na voz de Frank Sinatra, e “La Vie en Rose”, consagrada por Edith Piaf. 

“Nós não fazemos distinção de gêneros musicais”, garante o maestro Edilson Ventureli, responsável por reger a orquestra no dia. A apresentação, explica ele, será dividida em duas partes: primeiro, a OSH se apresenta sozinha, e, depois, convoca Diogo Nogueira para o palco, experiência que o regente comemora. 

“Vamos aproveitar para aprender com o Diogo Nogueira. Dividir o palco é uma oportunidade maravilhosa de troca de experiências. Aprendemos um repertório novo, e ele vai poder vivenciar novas texturas e arranjos musicais”, avalia. 

Uma das aulas que Diogo pretende dar para os alunos da orquestra passa, inclusive, por Minas Gerais. A versão do sambista para “Travessia”, clássico de Milton Nascimento e Fernando Brant, deverá ser um dos pontos altos da apresentação de domingo. Professor experiente, ele também garante que não se intimida com a presença dos mais de 40 instrumentistas no palco. “Não preciso mudar meu jeito de cantar. A Orquestra Sinfônica Heliópolis é linda, fantástica. São todos grandes músicos”, elogia o sambista.

Carreira

A plateia também deverá ter presenças ilustres. Oito instrumentistas que hoje integram a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais tiveram passagens justamente na Orquestra Heliópolis, atendidos pelo projeto, e deverão acompanhar de perto os ex-colegas. “São como se fossem nossos filhos. Dá muito orgulho ver aonde eles chegaram”, comemora Ventureli. 

Vale a pena, aliás, tentar chegar mais cedo. A abertura do evento será feita pelo Querubloco, grupo de carnaval da Associação Querubins, que há 25 desenvolve um trabalho social com oficinas de percussão na capital mineira.

Novo disco ao vivo 

Apesar da presença de Diogo Nogueira no palco, ainda não vai ser desta vez que o público de Belo Horizonte vai conferir de perto as músicas de “Meu Instinto”, EP lançado no fim de outubro com quatro canções inéditas e que será a base de um DVD ao vivo, a ser gravado no primeiro trimestre do ano que vem, no Rio de Janeiro. “Ainda estamos divulgando essas faixas aos poucos. Estou muito contente com a repercussão delas, mas não vamos incluí-las nesta apresentação com a Orquestra Sinfônica Heliópolis”, explica o músico. “Mas vou voltar com certeza para apresentá-las para o público de Belo Horizonte”, promete o sambista.

Agenda
O quê.
 Apresentação da Orquestra Sinfônica Heliópolis e Diogo Nogueira 
Quando. Domingo, às 17h
Onde. Praça da Estação 
Quanto. Grátis