Acompanhado da Orquestra Opus, o guitarrista apresenta versões sinfônicas das músicas da Legião Urbana, enquanto a banda mineira revisita seu primeiro álbum

Já são 33 anos desde que o 13 de julho foi instituído como o Dia Mundial do Rock – data escolhida, vale dizer, por causa do Live Aid, o histórico evento beneficente em prol da Etiópia criado por Bob Geldof. Neste 2018, o dia caiu precisamente em uma sexta-feira, 13. Para quem é ligado em simbologias, a hora é de vestir a camisa preta e escolher como comemorar.

BH, como em todos os anos, abrigará uma série de shows, que se estendem até sábado (14). Ruas, teatros, bares e casas noturnas recebem bandas, boa parte delas cover. Mas dois eventos são inéditos na cidade. Na noite de sexta, Dado Villa-Lobos se reúne no Sesc Palladium com a Orquestra de Câmara Opus para executar, em formato sinfônico, o repertório da Legião Urbana. E no sábado, o Bud Basement, projeto criado para a Copa do Mundo da Rússia, leva para a Floresta uma série de bandas. Principal atração do evento criado pelo Circuito do Rock, o Tianastácia encerra a programação.

Foi na abertura do Rock in Rio de 2011 que Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, os remanescentes da Legião, tiveram sua primeira e única experiência sinfônica. Agora, o guitarrista se reúne com os 22 integrantes da Orquestra Opus para apresentar um show/concerto. Levar um repertório popular para um formato erudito pode ser novidade para o músico, mas não para a orquestra mineira. Criada em 2006, a Opus vem desde 2011 fazendo esta ponte. A partir de um encontro com Fafá de Belém, uma série de outros cantores e compositores tiveram suas canções arranjadas para o formato de orquestra.

Já se apresentaram com a Opus Guilherme Arantes, Milton Nascimento, Flávio Venturini, Daniela Mercury e Nando Reis, entre outros. “Quando começamos a fazer esses convites, nossa proposta era democratizar a música de concerto. Pois encontros como esses podem criar a oportunidade de uma pessoa ter seu primeiro contato com a sonoridade de uma orquestra”, comenta o maestro Leonardo Cunha.

Assim que ele viu que a data coincidiria com o Dia Mundial do Rock, não pensou duas vezes antes de convidar Villa-Lobos para o projeto. “Achei a ideia incrível, pois esse lance sinfônico é muito atrativo. Além de ser um desafio, dá uma cara nova para a canção. Algo mais classudo”, comenta Villa-Lobos.

O repertório do concerto terá 18 músicas – boa parte dos maiores sucessos da banda. Como as canções da Legião são simples, com poucos acordes, o maestro, também responsável pelos arranjos, afirma que colocou “um pouquinho de dissonância” nos temas. “Mesmo uma música simples ganha uma sonoridade mais grandiosa com uma orquestra.”

Os fãs podem esperar versões de Ainda é cedo, Pais e filhos, Há tempos, Tempo perdido, Será, Eu sei e