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Nem Secos lança disco e celebra 15 anos de trajetória na sexta-feira

17/10/2018 00h00 - Atualizado em 21/03/2019 12h38 por Admin


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Jéssica Malta
jcouto@hojeemdia.com.br

“É um marco existir na cultura por tanto tempo assim, com todas as dificuldades, a conjuntura atual, e pelo fato de estarmos lançando nosso trabalho autoral”, avalia o músico Carlos Linhares, vocalista do grupo Nem Secos, que comemora 15 anos de atividade na sexta-feira (19), com uma apresentação no Teatro Francisco Nunes.

No show, o grupo sintetiza sua trajetória, desde o início, quando ainda era um tributo à MPB (com inspiração evidente no grupo Secos & Molhados, até a fase autoral – que ganha um novo capítulo com o lançamento do disco “Anti-Heróis Dançando a Vida”. “Ele é quase como um álbum duplo. São 18 músicas que retratam duas épocas: o espetáculo ‘Dançando a Vida’, e o ‘Anti-Heróis’”, explica o vocalista.

A dualidade do repertório não acontece por acaso e encontra explicações em uma história triste. “O processo de produção do disco foi tumultuado. Sofremos um baque, quando estávamos com o ‘Dançando a Vida’ praticamente pronto e o Vinícius Maia, que era vocalista, desapareceu e depois teve o corpo encontrado”, lembra o músico. O sofrimento com a tragédia, fez com que a banda desse uma freada no projeto, que foi retomado em 2016 com a gravação das músicas do ‘Anti-Heróis’.

Embora tenha em seu formato a união de dois períodos distintos para o Nem Secos, o repertório mantém vivo o discurso e a sonoridade do grupo. “O ‘Dançando a Vida’ faz um passeio pelos ritmos brasileiros. Já no ‘Anti-Heroi’ focamos bastante nas letras libertárias e de crítica social. Mas sempre deglutindo as nossas influências, de uma forma antropofágica”, sublinha Linhares.

Mensagem

Para o vocalista, o discurso libertário do Nem Secos é ainda mais importante na conjuntura atual do país. “Militamos em várias causas ligadas à diversidade, ao gênero, ao respeito as diferenças. Nesse momento, em que o autoritarismo ganha força, é ainda mais pertinente recuperar essas questões”, acredita.

O músico avalia ainda que até mesmo pontos que pareciam superados na história do país, precisam ser retomados nos dias atuais. “Quando fizemos o show da ditadura (espetáculo apresentado em 2008, que mergulhava na MPB do período), com uma exposição em parceria com entidades de direitos humanos, acreditávamos que a gente estava tratando de um momento que não poderia voltar”, confessa. “Infelizmente, queríamos não precisar ter que levantar mais essas bandeiras, mas essas afirmações se tornam cada vez mais necessárias”, completa.

O grupo Nem Secos se apresenta na sexta-feira, no Teatro Francisco Nunes (Parque Municipal: Av. Afonso Pena, s/n – Centro). Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)