Os músicos convidaram a filósofa e feminista Djamila Ribeiro para dizer umas palavras sobte a tragédia que assolou Brumadinho e regiao. "NÃO foi um desastre. Foi um crime", disse
O clima era para ser de festa. Afinal são 10 anos de Planeta Brasil. Mas foi difícil não se sentir tocado pela tragédia que aconteceu ontem em Brumadinho. Público e principalmente os artistas que estiveram presentes no Festival na tarde deste sábado na Esplanada do Mineirão lembraram e até se emocionaram com o desastre que deixou 34 mortos até o momento e centenas de desaparecidos.
Milton Nascimento abriu seu show cantando um hino de amor aMinas Gerais,Para Lennon e McCartney, parceria com Fernando Brant e Lo Borges. O público cantou junto os versos "sou do mundo, sou Minas Gerais". Aliás, a apresentação teve um tom bem político. Bituca ainda dedicou Coração de estudante a Marielle franco e Anderson Gomes, assassinados em março de 2018.
O cantor e compositor mineiro ainda contou com uma participação especial, Criolo. O rapper, que foi um dos artistas mais engajados quando a barragem da Samarco em Mariana se rompeu em novembro de 2015 - ele chegou a organizar o show "Sou Minas Gerais", inclusive no Mineirão, com a presença do próprio Milton, Jota Quest e Caetano Veloso para arrecadar fundos para as vitimas - entrou no palco pedindo energia positiva para os mineiros. Os dois convidaram a filósofa e feminista Djamila Ribeiro para dizer algumas umas palavras sobre a tragédia que assolou Brumadinho e região. "Não foi um desastre. Foi um crime. Essa empresa tem que se responsabilizar por suas ações e por destruir vidas, familias e o meio ambiente", pontuou.
Banda Lagum
Uma das atrações da nova safra da música brasileira mais aguardadas, a banda Lagum, também não deixou de se manifestar sobre a tragédia. O vocalista Pedro Calais é de BH, mas mora desde os 8 anos em Brumadinho. O grupo foi criado na cidade. "A gente fez um show ontem em São Paulo e quando estávamos chegando no Mineirão para passar o som, muita gente nos ligou, mandou mensagem para saber se eu e o Glauco, nosso guitarrista, também é de lá. Mas gracas a Deus a lama passou longe das nossas casas e das nossas famílias. Mesmo assim não tem como não ficar consternado e sentir tocado com o que aconteceu", declarou Pedro ao Estado de Minas.
A banda chegou a fazer uma manifestação no palco lembrando as vítimas e pedindo justiça para o crime. Os músicos também estãoo mobilizando suas redes sociais para pedir doações às vítimas. "É muito triste ver esse descaso acontecendo novamente. Um crime ambiental, um crime contra a humanidade. O microfone te dá um poder muito grande, por isso, mais do que celebrar esse momento especial que a banda está vivendo, a gente tem que tentar levar reflexão e conscientização ao nosso público. Estamos chocados com tudo o que aconteceu" desabafou Pedro.