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Em tom irônico, Tizumba lembra que grandes heróis da negritude no país, como Zumbi, Ganga Zumba e Dandara, não têm comprovação histórica.
“Me engana que eu gosto. Por que os nossos personagens não têm comprovação, enquanto devo acreditar que todos os heróis brancos têm? O que acontece é que os brancos vêm contando a sua história e a nossa deixa de existir”, lamenta.
Ele cita a si mesmo como exemplo, tendo descoberto recentemente as suas origens, que vêm do Camarões. “Com a ciência de hoje, é possível descobrir a partir do DNA. A África não é um ‘paisinho’. Por que qualquer branco pode dizer que veio de Portugal, Alemanha ou Itália e os negros só têm que dizer África? Ela é um continente, um lugar muito grande e cheio de histórias”.
Alforria
Galanga foi um rei negro no Congo, tendo sido capturado com a família por traficantes portugueses. Ao chegar no Rio de Janeiro, em 1740, foi rebatizado de Francisco e levado para trabalhar na Mina da Encardideira, em Vila Rica (atual Ouro Preto). Durante muitos anos, ele se esforçou para juntar recursos e comprar a própria alforria, assim como dos antigos súditos.
“É a história de um herói, de um vencedor, que vem da África e sofre várias atrocidades até ser rei de novo, ajudando todo mundo. O espetáculo é uma forma legal de gente pôr a negritude na frente das coisas, especialmente nos dias de hoje, em que estamos sofrendo um pouco de racismo”, registra Tizumba, que criou uma nova versão de um espetáculo de que ele participou em 2012.
Com direção de João das Neves e texto de Paulo César Pinheiro, o primeiro “Galanga” se apresentou em várias capitais, mas o fato de ter um elenco grande impediu que ele tivesse uma temporada mais longa. “Depois de cinco anos, ficou parado. Agora resolvi fazer um espetáculo novo, em que eu faço praticamente tudo solo, acompanhado de dois músicos”, compara.
Entre as mudanças realizadas por Tizumba estão a inclusão de projeções e de estandartes de madeira e andores nos cenários. O texto, porém, é praticamente o mesmo, com algumas poucas alterações motivadas pelo número de atores no palco. “Agora faço, ao mesmo tempo, a função de griot (transmissores da história africana), ator e personagem”, explica Tizumba.
Serviço
“Galanga Chico Rei” – Neste sábado, às 20h, no Grande Teatro do Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1537 – Centro). Ingressos: R$ 15
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Alforria
Galanga foi um rei negro no Congo, tendo sido capturado com a família por traficantes portugueses. Ao chegar no Rio de Janeiro, em 1740, foi rebatizado de Francisco e levado para trabalhar na Mina da Encardideira, em Vila Rica (atual Ouro Preto). Durante muitos anos, ele se esforçou para juntar recursos e comprar a própria alforria, assim como dos antigos súditos.
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“Galanga Chico Rei” – Neste sábado, às 20h, no Grande Teatro do Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1537 – Centro). Ingressos: R$ 15