Músico carioca mostra nesta sexta-feira (6) à noite, na capital mineira, músicas de seu mais recente álbum

É quase indissociável: sempre que se fala em Alexandre Kassin, de imediato lembramos de seu virtuoso trabalho como produtor. Na lista de projetos assinados por ele, nomes imponentes como Caetano Veloso e Nação Zumbi. O hinário indie “Ventura”, do Los Hermanos também leva seu nome.

Mas, o carioca envereda por outros fazeres musicais e é como cantor e compositor que vem a Belo Horizonte, nesta sexta-feira (6), n’A Autêntica, para apresenta seu novo álbum, “Relax”, lançado em 2017 no Japão e neste ano no Brasil. A noite ainda contará com o show Leo Moraes – conhecido agitador cultural da cena belo-horizontina, que lança seu CD solo de estreia, “Dia Verde Escuro”. Detalhe: Kassin já produziu a banda Gardenais, que Moraes integrava. Por fim, a noite marca o lançamento do selo Under Discos, da UN Music.

Importante dizer, esta não é a primeira vez que Kassin se aventura como cantor. Em 2011, ele estreava em um projeto solo, sob pseudônimo de Artificial, com o álbum “Sonhando Devagar”, com pitadas de psicodelia. Sua presença em arranjos musicais, no entanto, é mais antiga. Na década de 1990, aos 18 anos, foi membro da extinta banda Acabou La Tequila, que ainda hoje é referência no universo indie brasileiro. Além disso, participou do projeto +2, com Moreno Veloso e Domenico Lancellotti e é integrante da Orquestra Imperial.

Como se vê, dividido entre tantos afazeres, seria injusto dizer que Kassin demorou a lançar seu segundo disco solo. Até porque, entre eles, ele ainda se dedicou à produção de nomes imponentes da MPB, como Gal Costa e Erasmo Carlos. “São duas coisas que eu amo fazer, mas que são completamente diferentes”, garante. Ocorre que, apesar da distância entre os dois lugares igualmente ocupados por Kassin, “são processos artísticos paralelos”. “Eu sempre fiz canções, tive banda aos 18 anos e, hoje, vejo que essas coisas se alimentam”, afirma.

Depois de um passeio pelo universo do onírico em “Sonhando Devagar”, Kassin postula sobre o mundo real em “Relax”. “É como se tivesse acordando daquele outro trabalho, mais conceitual”, examina. Ao completar 40 anos, o compositor sentiu a necessidade de fazer um disco mais adulto. “Queria falar sobre coisas duras, sobre ver amigos se separando, sobre planos que não deram certo, sobre o lidar com a morte”, explica o artista, emendando que deu um verniz leve a esses assuntos e aspectos da vida que chegamos com o avançar da idade.

Cabeça musical. Com muito cuidado para que o conjunto de músicas em “Relax” formassem de fato um álbum, Kassin contou com ajuda do crítico Carlos Eduardo Miranda, morto no último dia 22 de março. “Ele organizou a sequência musical, algo essencial para deixar ou não o ouvinte entrar no disco”, elogia.

Mas, para além do formato, o músico planeja o lançamento das canções individualmente. Assim, tem liberado clipes individuais – e já tem mais três sendo preparados. “Essa é a forma como o mundo consome música hoje, acho importante que as pessoas possam consumir meu trabalho de uma forma condizente com o nosso tempo”, expõe.

Entre o entusiasmo de celebrar a vitalidade musical que a noite apresenta e feliz por compartilhar o palco com Leo Moraes, que considera “um músico talentosíssimo”, Kassin está curioso para conhecer A Autêntica. Mas nem só de novidades é feita sua visita a BH: sempre que vem aqui, ele faz questão de visitar o “Baú dos Discos”. “O Tito é um amigo de muitos anos e visitar o lugar é uma experiência poderosa para os amantes da música”, garante o artista.

Serviço. Lançamento dos álbuns “Relax”, de Kassin, e “Dia Verde Escuro”, de Leo Moraes, e do selo Under Discos, n’A Autêntica ((r. Alagoas, 1172, Savassi). Nesta sexta-feira (6), às 22h. R$ 20 (lote promocional), R$ 25 (antecipado) e R$ 30 (portaria)