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Com “grande expectativa” pela merecida saudação pública, a cantora, que completou 80 anos em setembro, é um símbolo de muitas lutas. Primeira mulher a integrar a ala de compositores da Mangueira, ela também foi pioneira ao declarar-se homossexual em uma histórica entrevista para o jornal “Lampião da Esquina”, dedicado ao público LGBTQIAPN+, em 1978, no auge da repressão da ditadura civico-militar que devastou o Brasil entre 1964 e 1985. Filiada ao PCdoB (Partido Comunista do Brasil) desde 2010, Leci está em sua quarta legislatura como deputada estadual de São Paulo, onde foi apenas a segunda mulher negra a ocupar uma cadeira da Assembleia. Todas essas facetas estarão presentes no show que ela oferece ao público mineiro nesta sexta (15).
“Vou homenagear as escolas que fazem parte da base da minha vida, que são a Mangueira, porque sou compositora; a Portela, porque nasci em Madureira, e onde também está a Império Serrano”, enumera Leci, que promete “cantar para os professores e para a educação de maneira geral”. Em 1995, ela compôs o samba “Anjos da Guarda”, que se tornou uma espécie de hino em defesa dos mestres. “Na sala de aula/ É que se forma um cidadão/ Na sala de aula/ É que se muda uma nação/ Na sala de aula/ Não há idade e nem cor/ Por isso aceite e respeite o meu professor”, dizem os versos. Para completar, Leci vai exaltar “as cidadãs brasileiras, a questão LGBT e a música dos povos indígenas, que fala da Amazônia e do meio ambiente”, diz.
Repertório
“Há muitos anos faço um repertório incluindo essas canções”, salienta Leci, que não se esquece de entoar as favelas e dar a sua voz para sucessos de Jorge Aragão, Martinho da Vila, Djavan e Jovelina Pérola Negra (1944-1998). Imprescindíveis em seu repertório, “Isso é Fundo de Quintal”, “Papai Vadiou” e “Zé do Caroço” farão parte da festa, além de prestar, “com muito carinho e alegria”, sua reverência a “dois compositores mineiros fantásticos, que são Milton Nascimento e Fernando Brant”, exalta. Apesar do enredo, Leci garante que a seleção pode sofrer modificações. “Tudo acontece na hora”, sublinha. A percepção é a mesma de Sandra Sá, que sobe ao palco no mesmo dia a bordo da conhecida mistura de “samba, soul e black music tupiniquim”.
“Tenho uma base de músicas, mas não vou me dar ao trabalho de preparar se, quando eu chegar lá, pode me dar outra vontade. É lidar com a verdade, não tem mistério e rebuscamento. Preciso sentir a energia da galera, tudo pode acontecer”, aposta Sandra. A intérprete vai dividir os holofotes com dois convidados especiais: o rapper Dexter e a poeta, cantora e compositora baiana Sued Nunes, que concorre ao Prêmio Multishow 2024 e tem se firmado como uma das revelações da nova geração. “Dexter é meu brother faz tempo, fizemos bastante coisas juntos. A Sued está chegando agora, mas a mente dela parece que é de um tempão. É estar em casa se divertindo e refletindo com meus amigos”, sustenta Sandra, que segue animada com tais encontros.
Crédito: Lucas Carvalho/Divulgação
“Quando você é foda, você chega junto, não corre atrás. Eu falo isso sempre. É ser de verdade e respeitar as pessoas. Porque é uma trocação, da mesma maneira que eu passo coisas pra elas, elas passam coisas pra mim também”, assegura Sandra, que não deve dispensar hits que sempre empolgam a plateia, como “Olhos Coloridos”, “Bye, Bye Tristeza”, “Joga Fora no Lixo”, “Demônio Colorido”, “Retratos e Canções”, “Enredo do Meu Samba”, etc. A palavra “verdade” também toma a boca de Leci Brandão ao refletir sobre a atemporalidade de “Zé do Caroço”, regravada “por muitas pessoas, na sua maioria jovens”, como Seu Jorge, Mariana Aydar e Grupo Revelação. “A letra conta essa história real, e de uma maneira séria e transparente!”, pondera Leci.
Legado de luta e projetos a caminho
Para Sandra Sá, festivais como o IMuNe são uma conquista popular. “Ainda bem que virou moda, porque as pessoas começam a se conscientizar e a pulverizar o que é o Brasil e a música brasileira, nossa cultura é a mistura da ‘crioleba’ com os donos da terra, que, para quem não sabe, são os indígenas. Essa simbiose de África com os indígenas é que criou a cultura incrível que a gente tem, e que é a mais poderosa do universo por conta dessa liquidificação louca que junta cinema, música, artes plásticas”, enaltece Sandra, que considera “cada vez mais importante mostrar essa verdade, que ficou camuflada durante um tempão…”.
Prestes a completar 70 anos em agosto de 2025, a cantora declara que não tem tempo “para ficar pensando” na idade, mas prepara novidades para celebrar a data. “Estamos armando uma parada que vai rolar agora no final do ano, com um lance audiovisual”, entrega Sandra, que estreou no mercado fonográfico em 1980, com o LP “Demônio Colorido”.
O marco também deve render um tributo, além de um trabalho “totalmente autoral”, contemplando músicas de todas as fases de Sandra, inclusive as que estão por vir. “Vai ter várias participações e um material inédito”, promete a intérprete. Leci Brandão também angaria recursos para um álbum com “as principais músicas” da sua trajetória, enquanto segue na luta política com seu mandato combativo e de resistência.
“A esquerda está viva, o coração segue pulsando. A gente não pode perder a esperança jamais, tem tanta coisa que a gente achava que não ia conquistar e que conquistamos, é só ter força de vontade. Não vou dizer que a esquerda errou, o erro que aconteceu no país foi termos dado abertura e espaço para gente que não tem noção de nada, gente maluca, incoerente e preconceituosa, que acha que o pensamento da direita fascista é que tem que mandar no país. Não é por aí, eu continuo sendo uma mulher que respeita os trabalhadores, a favela, as mulheres, os negros e LGBTs, e que respeita, principalmente, a igualdade”, arremata a artista carioca.
Serviço
O quê. Festival IMuNe, com Leci Brandão, Sandra Sá, Dexter, entre outros
Quando. Desta quarta (13) a sábado (16), com programação completa disponível no Instagram do @coletivoimune
Onde. MUMO (Museu da Moda, rua da Bahia, 1.149, Centro); Afro Galpão (av. Dom Pedro II, 2.725, Caiçara); e Be Fly Hall (av. Nossa Senhora do Carmo, 230,Savassi)
Quanto. Gratuito ou com ingressos retirados pelo www.sympla.com.br a partir de R$10 (meia), a depender do dia da programação
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“Vou homenagear as escolas que fazem parte da base da minha vida, que são a Mangueira, porque sou compositora; a Portela, porque nasci em Madureira, e onde também está a Império Serrano”, enumera Leci, que promete “cantar para os professores e para a educação de maneira geral”. Em 1995, ela compôs o samba “Anjos da Guarda”, que se tornou uma espécie de hino em defesa dos mestres. “Na sala de aula/ É que se forma um cidadão/ Na sala de aula/ É que se muda uma nação/ Na sala de aula/ Não há idade e nem cor/ Por isso aceite e respeite o meu professor”, dizem os versos. Para completar, Leci vai exaltar “as cidadãs brasileiras, a questão LGBT e a música dos povos indígenas, que fala da Amazônia e do meio ambiente”, diz.
Repertório
“Há muitos anos faço um repertório incluindo essas canções”, salienta Leci, que não se esquece de entoar as favelas e dar a sua voz para sucessos de Jorge Aragão, Martinho da Vila, Djavan e Jovelina Pérola Negra (1944-1998). Imprescindíveis em seu repertório, “Isso é Fundo de Quintal”, “Papai Vadiou” e “Zé do Caroço” farão parte da festa, além de prestar, “com muito carinho e alegria”, sua reverência a “dois compositores mineiros fantásticos, que são Milton Nascimento e Fernando Brant”, exalta. Apesar do enredo, Leci garante que a seleção pode sofrer modificações. “Tudo acontece na hora”, sublinha. A percepção é a mesma de Sandra Sá, que sobe ao palco no mesmo dia a bordo da conhecida mistura de “samba, soul e black music tupiniquim”.
“Tenho uma base de músicas, mas não vou me dar ao trabalho de preparar se, quando eu chegar lá, pode me dar outra vontade. É lidar com a verdade, não tem mistério e rebuscamento. Preciso sentir a energia da galera, tudo pode acontecer”, aposta Sandra. A intérprete vai dividir os holofotes com dois convidados especiais: o rapper Dexter e a poeta, cantora e compositora baiana Sued Nunes, que concorre ao Prêmio Multishow 2024 e tem se firmado como uma das revelações da nova geração. “Dexter é meu brother faz tempo, fizemos bastante coisas juntos. A Sued está chegando agora, mas a mente dela parece que é de um tempão. É estar em casa se divertindo e refletindo com meus amigos”, sustenta Sandra, que segue animada com tais encontros.
Crédito: Lucas Carvalho/Divulgação
“Quando você é foda, você chega junto, não corre atrás. Eu falo isso sempre. É ser de verdade e respeitar as pessoas. Porque é uma trocação, da mesma maneira que eu passo coisas pra elas, elas passam coisas pra mim também”, assegura Sandra, que não deve dispensar hits que sempre empolgam a plateia, como “Olhos Coloridos”, “Bye, Bye Tristeza”, “Joga Fora no Lixo”, “Demônio Colorido”, “Retratos e Canções”, “Enredo do Meu Samba”, etc. A palavra “verdade” também toma a boca de Leci Brandão ao refletir sobre a atemporalidade de “Zé do Caroço”, regravada “por muitas pessoas, na sua maioria jovens”, como Seu Jorge, Mariana Aydar e Grupo Revelação. “A letra conta essa história real, e de uma maneira séria e transparente!”, pondera Leci.
Legado de luta e projetos a caminho
Para Sandra Sá, festivais como o IMuNe são uma conquista popular. “Ainda bem que virou moda, porque as pessoas começam a se conscientizar e a pulverizar o que é o Brasil e a música brasileira, nossa cultura é a mistura da ‘crioleba’ com os donos da terra, que, para quem não sabe, são os indígenas. Essa simbiose de África com os indígenas é que criou a cultura incrível que a gente tem, e que é a mais poderosa do universo por conta dessa liquidificação louca que junta cinema, música, artes plásticas”, enaltece Sandra, que considera “cada vez mais importante mostrar essa verdade, que ficou camuflada durante um tempão…”.
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O marco também deve render um tributo, além de um trabalho “totalmente autoral”, contemplando músicas de todas as fases de Sandra, inclusive as que estão por vir. “Vai ter várias participações e um material inédito”, promete a intérprete. Leci Brandão também angaria recursos para um álbum com “as principais músicas” da sua trajetória, enquanto segue na luta política com seu mandato combativo e de resistência.
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