O cantor e compositor é atração do projeto Som Clube que termina no domingo (12) com Liniker e os Caramellows
Eduardo Dussek, sobrenome que passou a ser escrito com dois “esses” para marcar a pronúncia correta, revela que deve ter feito mais shows em Minas Gerais do que no Rio de Janeiro. Dussek estará mais uma vez na cidade, nesta sexta (10), na Praça da Savassi, participando do projeto Som Clube, idealizado por Maria Alice Martins, que também assina a curadoria.
Carioca nascido em Copacabana, o multiartista presta homenagem a Minas na canção Águas da saudade, composição que denuncia a destruição das matas e das nascentes dos rios brasileiros. “A canção fala do universo de destruição, mostra que o Brasil está sofrendo. Quando fiz, pensei muito emMilton Nascimento, no lamento bonito, na poesia dele.” Dussek lembra do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, mas reforça que a música não cita a “grande tragédia brasileira”.
A composição é prova do amplo espectro de interesse de Dussek, que reflete em diversidade na produção musical. “Será um show muito animado, na rua, na Savassi, um lugar badaladão. Espero um público mix”, adianta.
Carioca nascido em Copacabana, o multiartista presta homenagem a Minas na canção Águas da saudade, composição que denuncia a destruição das matas e das nascentes dos rios brasileiros. “A canção fala do universo de destruição, mostra que o Brasil está sofrendo. Quando fiz, pensei muito emMilton Nascimento, no lamento bonito, na poesia dele.” Dussek lembra do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, mas reforça que a música não cita a “grande tragédia brasileira”.
A composição é prova do amplo espectro de interesse de Dussek, que reflete em diversidade na produção musical. “Será um show muito animado, na rua, na Savassi, um lugar badaladão. Espero um público mix”, adianta.
Atualmente, o carioca se dedica, além da música, a outras artes. Embora pinte desde a adolescência, voltou a se expressar por meio dos pincéis a pedido do pai, Milan Dusek, que era pintor. “Meu pai me dava aulas, conversávamos muito sobre pintura. Ele morreu aos 92 anos, herdei telas em branco, tintas e pincéis. As aulas continuam, mesmo depois de ele ter partido”, conta. O artista participou de exposições coletivas e “já vendeu alguns quadros”.
O show começa com um stand up comedy. “É o meu lado teatral, que uso com a plateia para descontrair. Quebra o gelo, embora o mineiro seja muito divertido”, afirma. Também dedica parte dos shows aos hits – com apresentação de Cantando no banheiro, uma versão bossa-nova de Rock da cachorra, Barrados no baile e a romântica Cabelos negros. “Coloco as mais conhecidas, algumas novidades, alguma coisa da MPB para fazer uma celebração bacana”, diz. Dussek mostra ao público trabalhos recentes, como a música Baixaria, não!, em que, de forma irônica, fala da política brasileira. Irreverente, ele dedica parte dos show às marchinhas carnavalescas.
Apresenta a marchinha batizada como Politicamente incorreta, que fez em parceria com João Roberto Kelly, o Rei das Marchinhas, e foi gravada por Preta Gil. João Roberto é autor de marchinhas clássicas, como Cabeleira do Zézé. Dussek defende que as marchinhas são politicamente incorretas por natureza e cantarola trecho da composição: “Eu sou gostosa, maliciosa, não leve a mal, politicamente incorreta. Sou a marchinha de carnaval. Sou do jeito que quiser. Saio de homem, saio de mulher. Sem essa de puxar meu tapete. Sua censura que vá para o cacete”.
O show tem duração de 1h20min, mas pode se estender: “A empatia do público é muito grande”. No final, canta músicas de Rita Lee, Cazuza, Tom Jobim, Tim Maia. “Não sou daqueles que cala a boca e deixa a plateia cantando. A ideia do show é acabar com o estresse, deixar as pessoas mais felizes, mais conscientes. Temos uma escolha séria para fazer este ano”, diz em referência às eleições.
O show integra o projeto Som Clube, que este ano já trouxe a paranaense Simone Mazzer, os mineiros Gui Hargreaves e Teach Me Tiger em shows gratuitos na Praça da Savassi. “Como curadora, procurei misturar artista que é muito bom, mas é desconhecido, artista muito bom que foi esquecido, artista muito bom que vai ter grande futuro”, diz Maria Alice. Neste fim de semana, além de Dussek, Liniker e os Caramellows se apresentam no domingo, às 13h, encerrando esta edição do projeto.
FESTIVAL SOM CLUBE
Show com Eduardo Dussek. Sexta (10), às 18h30, Praça da Savassi (quarteirão fechado da Rua Antônio de Albuquerque, esquina com Rua Paraíba). No domingo (12), shows de Líniker e os Caramellows, às 13h, no mesmo local. Entrada franca.