Gratidão é o sentimento do músico, que refaz a própria história no disco 'Tributo aos sonhadores I'


O rapper Projota faz o sonho acontecer no novo disco, Tributo aos sonhadores I, lançado nesta sexta-feira (26/4). O álbum tem oito músicas inéditas, com várias participações especiais, como a do músico Vitão. As letras vão do romance à crítica social – uma marca do artista. “Quero passar uma mensagem de que vale a pena sonhar e de que só vive quem sonha. Quem não sonha só sobrevive”, acredita o artista em entrevista ao

O CD marca uma década de carreira do cantor fazendo shows – o primeiro EP, Carta aos meus, foi lançado em 2009. De lá para cá, esse já é o terceiro álbum de estúdio. “São raros os artistas que conseguem se manter relevantes por dez anos e eu agradeço muito a Deus por isso. Eu recebi tantas boas energias ao longo da carreira e eu só fiz esse disco pra retribuir essa energia para os fãs”, orgulha-se.

Tributo aos sonhadores I se inspira na trajetória do artista. “Fazer música autobiográfica machuca, botar para fora machuca, mas faz bem. Chorei em umas cinco músicas”, conta. “Você se lembra de muitas passagens, de várias vezes que você pensou em desistir, tanto é que eu coloco meu pai, meu irmão, minha avó, meus amigos de infância no clipe”, acrescenta o rapper, em referência ao single Celta vermelho, primeira faixa do álbum.

O clipe leva para as telas o momento mais marcante da carreira dele, que aconteceu em 2010. “Uma vez, numa entrevista, me perguntaram: ‘quando foi que você sentiu que você chegou ao sucesso?’ Foi exatamente depois de tantos anos cantando que consegui comprar meu carrinho”, relembra o cantor, que comprou o automóvel “sem ar e sem direção, em 60 vezes”, como diz a letra.

Projota faz arte sem perder as raízes. “Eu sou compositor antes de tudo. Antes de ser cantor, de subir no palco, de ser rapper, eu sou compositor. E para compor, precisa viver”, defende o artista, que já escreveu mais de 150 músicas. E tudo pode se transformar em letra. “(Minha inspiração vem) da minha vontade de viver, da minha troca de energia com as pessoas”, completa. Além das letras, o cantor de 33 anos também assina a produção do álbum. Gravar num estúdio em casa, segundo ele, o deixou “muito mais solto” para criar e experimentar coisas novas, coisas de que sentia falta.

Inspiração familiar

José Tiago Sabino Pereira (nome de batismo de Projota) perdeu a mãe, Dirce, aos 9 anos, e foi criado pela avó, Dona Lourdes. E é na família que ele encontra a energia necessária para o trabalho. Para isso, tira um tempo para si, joga videogame e visita a avó toda semana, por exemplo. A influenciadora digital Tâmara Contro – também é fundamental. Os dois vão se casar numa cerimônia religiosa em maio.

“Eu fui essa semana fazer a prova da minha roupa e tô muito ansioso. Tô louco pra ver o vestido dela… Eu sou muito intenso, apaixonado, ariano... Vou chorar o tempo todo. Só vou parar de chorar quando for dormir”, derrete-se ele, que acabou de se mudar com a jovem para uma nova casa. O casamento civil foi em São Paulo, em 11 de março.

E é Tâmara, também, a primeira pessoa a ouvir as letras que Projota compõe. “Assim como eu, Tamy tem um gosto bem popular. Quando eu vejo a reação dela, eu vejo a reação do público”, complementa. “Eu só deixo opinar na minha música quem fala mal. Quem só fala que gostou não adianta nada”, continua o músico. O cantor também se inspirou nela para escrever duas canções do álbum: Numa esquina do universo e Sei lá – a última também ganhou clipe. Para pedi-la em casamento no ano passado, o músico já havia escrito A voz e o violão.

Outras faixas do álbum são Perto do céu – homenagem ao cantor Chorão –, Disco voadorFora da leiDejavu e Mais uma briga no bar. Essa é a primeira parte do CD; a outra está prevista para o próximo semestre. Segundo o artista, a decisão de dividir o álbum foi porque queria que o público ouvisse tudo; originalmente, eram quase 20 músicas. “Eu vim para ir no contrafluxo: arte pela arte, música pelos fãs. A gente tem que fazer o máximo para não fazer música pelo mercado”, finaliza Projota.

 

*Estagiária sob a supervisão de Adriana Izel