Proibido o Carnaval alfineta declaração de ministra: 'Vai de rosa ou vai de azul?'. Clipe foi dedicado ao ex-deputado Jean Wyllys
Caetano Veloso e Daniela Mercury lançaram o clipe da música Proibido o carnaval, composição que critica o conservadorismo e traz uma clara ironia à polêmica declaração sobre uso de roupas rosas e azuis dita pela ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves.
Em um dos trechos da letra, os artistas cantam: "Quilombola, Tupinambá. O corpo é meu, ninguém toca. Carururu, Iemanjá lá no Sul. Vai de rosa ou vai de azul?". Logo após esse trecho, o vídeo mostra Daniela em uma banheira cheia de balões azuis e Caetano em uma repleta de balões rosas.
Nos primeiros dias de governo, um vídeo em que Damares aparece discursando para simpatizantes provocou polêmica na internet. Nele, a ministra afirma: "Atenção, atenção. É uma nova era no Brasil. Menino veste azul e menina veste rosa". A fala foi criticada e Damares se justificou dizendo que havia dito apenas uma "metáfora contra a ideologia de gênero".
Dedicatória a Jean Wyllys
No clipe da música, Daniela e Caetano também parecem preocupados em combater o conservadorismo. "Está proibido o carnaval, neste país tropical", cantam no refrão. Em outro momento, resgatam a frase "É proibido proibir", de uma das mais icônicas canções de Caetano.
No fim, um pequeno texto assinado pela cantora dedica o vídeo à Jean Wyllys, ex-deputado federal pelo PSol que abriu mão de um novo mandato em 2019 por não se sentir seguro no Brasil após sofrer ameaças de morte. "Dedico este videoclipe ao meu amigo amado e incansável guerreiro Jean Wyllys. Estamos te esperando de volta: o carnaval não está proibido. Axé!", diz a mensagem.