“Nossos destinos foram traçados na maternidade”. São vários os versos de Cazuza que se encaixam na história de Rogério Flausino e Wilson Sideral, mas esse é o mais emblemático. No caso dos irmãos, o tal destino sem dúvida era a música, que partilham há 30 anos. Celebrando a parceria de sangue, os músicos mineiros se reúnem para reverenciar a obra de um dos artistas que mais influenciaram a formação musical deles. O show “Flausino e Sideral Cantam Cazuza” acontece nesta quinta-feira (20), no Distrital, e ainda conta com os DJs Adair Groove e Kriok e a banda Rockstrela.
Para Sideral, o manejo com as palavras, a presença de palco e a versatilidade eram alguns dos pontos-chave de Cazuza. “Você pega a letra de ‘Todo Amor que Houver Nessa Vida’ e pensa que ele tinha 20 e poucos anos. Olha a poesia disso, cara”, afirma. “Aí, quando a banda dá certo, ele sai para fazer carreira solo, para fazer MPB. E escreve músicas como ‘Faz Parte do Meu Show’ e ‘Codinome Beijaflor’. Cazuza era aquele roqueiro, performer, que dominava o palco, mas que cantava o amor de uma forma sensível”.
Assim, o show perpassa diferentes fases da obra do carioca, incluindo sucessos como “Beth Balanço”, “Ideologia”, “O Tempo Não Pára”, “Pro Dia Nascer Feliz”, “Faz Parte do Meu Show”, “Blues da Piedade” e “Exagerado”. “A ideia é transportar as pessoas para aquela época. Por isso, mantivemos os arranjos o mais próximo possível dos originais”, afirma Sideral, que assina a direção musical do show, ressaltando que a banda é formada por Adriano Campagnani (baixo), David Maciel (bateria), Marcelinho Guerra (guitarra), Breno Mendonça (sax) e Wagner Souza (trompete). “Tivemos a bênção de Lucinha Araújo (mãe de Cazuza), o que nos emocionou muito. Quando ela nos viu no Rio, disse: ‘hoje, eu descobri o que é a eternidade’”, conta.
O músico ressalta ainda que, tão importante quanto reverenciar Cazuza, é voltar a dividir o palco com o irmão, hoje atribulado com a agenda frenética do Jota Quest. “Antes de mais nada, é um show para matar saudades. O Jota viaja muito, eu também estou sempre tocando. Então, nem sempre estamos perto como gostaríamos, apesar de a sintonia ser a mesma”, diz. “Mas os anos vão passando. Estou com 43 e o Rogério, com 46. Não dá para ficar esperando. Até porque o tempo não pára”.
Serviço: "Flausino e Sideral Cantam Cazuza". Quinta-feira (20), a partir das 20h, no Distrital (Rua Opala, s/n, Cruzeiro). Os ingressos custam R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia).