A magia musical do cinema

05/09/2018 00h00 - Atualizado em 21/03/2019 12h37 por Admin

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A partir desta quinta (6), público de Belo Horizonte poderá conferir programação gratuita voltada para trilhas da sétima arte

 



GUSTAVO ROCHA
OTEMPO.com.br
 
 
Os acordes de algumas canções icônicas na história do cinema são capazes de evocar cenas inteiras e uma sensação de pertencimento que pode desvelar memórias íntimas ligadas a tempos outros de nossa vida. Quem não associa as trilhas de John Willians a “Star Wars”, “Indiana Jones” ou “E.T.”? Quem não é levado à Paris lúdica de Amélie Poulain por meio de sua trilha sonora? Mostrar a contundência e a força artística de uma boa trilha para cinema é o que move o Festival Musimagem, que começa nesta quinta-feira (6), no CCBB, com programação gratuita de concertos, debates e palestras sobre o gênero musical. “A música tem poder de trazer memórias, tanto do filme em si como também de uma namorada que você teve e com quem assistiu ao filme”, destaca Marcos Souza, idealizador do festival.
Na abertura, o evento trará uma novidade para o público da cidade, pois Pedro Milman, Alberto Rosemblit, Felipe Radicetti, Zé Neto, Tim Rescala e Marcos Souza vão tocar ao vivo enquanto um video mapping (projeção de vídeo em objetos ou superfícies) será projetado na parte posterior do edifício do CCBB. “Já vi esse tipo de parceria envolvendo projeções e DJs, mas nunca orquestras ao vivo”, garante Souza.
Embora seja de costume se referir ao gênero como trilha sonora, Souza prefere dizer que os artistas fazem “música para imagem”, pois a trilha também envolve outros efeitos sonoros, que não são apenas música. E quais seriam as características marcantes desse gênero específico que marca a história do cinema? Souza responde: “É uma música que contribui para a construção de uma narrativa para a imagem”.
Além disso, ele acredita que a composição original para o cinema (ou para o teatro, a dança etc.) seja capaz de interferir diretamente nas escolhas artísticas feitas por diretores e criadores envolvidos. “É uma troca interessante, porque você pode contar com o compositor pensando em sua trilha desde o início do processo, e, algumas vezes, percebemos que determinadas escolhas estéticas do filme são possíveis porque o compositor estava presente”, destaca ele. Souza também pontua que algumas canções se tornaram tão ou mais conhecidas do que os próprios filmes, como é o caso de “Esperando na Janela”, música de Gilberto Gil para o longa “Eu, Tu, Eles”.
A quarta edição do Musimagem terá como convidado internacional Bruce Broughton, que vai ministrar a palestra que encerrará as atividades do festival. Broughton é conhecido pelas trilhas musicais dos filmes “Silverado” (1985, que lhe rendeu uma indicação ao Oscar), “O Enigma da Pirâmide” (1985), “Perdidos no Espaço” (1998), “Querida, Estiquei as Crianças” (1992) e “A Incrível Jornada” (1993), entre outros. A Orquestra Ouro Preto vai executar suas trilhas, ao vivo, na sexta-feira. E o brasileiro Sérgio Ricardo – responsável pela trilha do filme “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha – será homenageado com o prêmio Remo Usai.
Histórico. O Festival Musimagem vem da associação de mesmo nome, fundada em 2008 para representar e discutir as questões intrínsecas aos compositores de trilha para produções audiovisuais. Marcos Souza conheceu a iniciativa na Espanha, enquanto vivia em Madri, e achou apropriado ter algo parecido no Brasil. O festival, além da programação oferecida, é também oportunidade para que os compositores se encontrem para falar sobre suas práticas e necessidades. “É o único festival que temos no Brasil. É um grande encontro que aproveitamos para estar juntos. Por isso, a convivência é tão importante. Ficamos 24 horas por dia juntos”, brinca Souza.
O organizador destaca que o Musimagem também se dedica à formação de novos compositores, por meio de uma pós-graduação oferecida nas Faculdades Unidas Metropolitanas (FMU). “Não é muito fácil encontrar os caminhos para se formar compositor desse formato. Por isso, temos essa missão de formação, da música, a música como narrativa”, destaca Souza.
Programação
Todas atividades são gratuitas. Os ingressos são distribuídos com uma hora de antecedência. Saiba mais em: festival.musimagem.com


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GUSTAVO ROCHA

OTEMPO.com.br

Os acordes de algumas canções icônicas na história do cinema são capazes de evocar cenas inteiras e uma sensação de pertencimento que pode desvelar memórias íntimas ligadas a tempos outros de nossa vida. Quem não associa as trilhas de John Willians a “Star Wars”, “Indiana Jones” ou “E.T.”? Quem não é levado à Paris lúdica de Amélie Poulain por meio de sua trilha sonora? Mostrar a contundência e a força artística de uma boa trilha para cinema é o que move o Festival Musimagem, que começa nesta quinta-feira (6), no CCBB, com programação gratuita de concertos, debates e palestras sobre o gênero musical. “A música tem poder de trazer memórias, tanto do filme em si como também de uma namorada que você teve e com quem assistiu ao filme”, destaca Marcos Souza, idealizador do festival.

Na abertura, o evento trará uma novidade para o público da cidade, pois Pedro Milman, Alberto Rosemblit, Felipe Radicetti, Zé Neto, Tim Rescala e Marcos Souza vão tocar ao vivo enquanto um video mapping (projeção de vídeo em objetos ou superfícies) será projetado na parte posterior do edifício do CCBB. “Já vi esse tipo de parceria envolvendo projeções e DJs, mas nunca orquestras ao vivo”, garante Souza.

Embora seja de costume se referir ao gênero como trilha sonora, Souza prefere dizer que os artistas fazem “música para imagem”, pois a trilha também envolve outros efeitos sonoros, que não são apenas música. E quais seriam as características marcantes desse gênero específico que marca a história do cinema? Souza responde: “É uma música que contribui para a construção de uma narrativa para a imagem”.

Além disso, ele acredita que a composição original para o cinema (ou para o teatro, a dança etc.) seja capaz de interferir diretamente nas escolhas artísticas feitas por diretores e criadores envolvidos. “É uma troca interessante, porque você pode contar com o compositor pensando em sua trilha desde o início do processo, e, algumas vezes, percebemos que determinadas escolhas estéticas do filme são possíveis porque o compositor estava presente”, destaca ele. Souza também pontua que algumas canções se tornaram tão ou mais conhecidas do que os próprios filmes, como é o caso de “Esperando na Janela”, música de Gilberto Gil para o longa “Eu, Tu, Eles”.

A quarta edição do Musimagem terá como convidado internacional Bruce Broughton, que vai ministrar a palestra que encerrará as atividades do festival. Broughton é conhecido pelas trilhas musicais dos filmes “Silverado” (1985, que lhe rendeu uma indicação ao Oscar), “O Enigma da Pirâmide” (1985), “Perdidos no Espaço” (1998), “Querida, Estiquei as Crianças” (1992) e “A Incrível Jornada” (1993), entre outros. A Orquestra Ouro Preto vai executar suas trilhas, ao vivo, na sexta-feira. E o brasileiro Sérgio Ricardo – responsável pela trilha do filme “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha – será homenageado com o prêmio Remo Usai.

Histórico. O Festival Musimagem vem da associação de mesmo nome, fundada em 2008 para representar e discutir as questões intrínsecas aos compositores de trilha para produções audiovisuais. Marcos Souza conheceu a iniciativa na Espanha, enquanto vivia em Madri, e achou apropriado ter algo parecido no Brasil. O festival, além da programação oferecida, é também oportunidade para que os compositores se encontrem para falar sobre suas práticas e necessidades. “É o único festival que temos no Brasil. É um grande encontro que aproveitamos para estar juntos. Por isso, a convivência é tão importante. Ficamos 24 horas por dia juntos”, brinca Souza.

O organizador destaca que o Musimagem também se dedica à formação de novos compositores, por meio de uma pós-graduação oferecida nas Faculdades Unidas Metropolitanas (FMU). “Não é muito fácil encontrar os caminhos para se formar compositor desse formato. Por isso, temos essa missão de formação, da música, a música como narrativa”, destaca Souza.

Programação

Todas atividades são gratuitas. Os ingressos são distribuídos com uma hora de antecedência. Saiba mais em: festival.musimagem.com