Os sobrevoos dos drones possibilitam aplicações diversas, que vão muito além da geração de imagens panorâmicas. Eles podem ser também empregados, com bons resultados, na defesa de ecossistemas. No Quênia, por exemplo, a tecnologia funciona como arma no combate aos caçadores de elefantes.

A busca pelos animais se deve pelo alto valor de suas presas, que são de marfim, no mercado negro. Em muitas localidades, sobretudo na Ásia, o material tem uso decorativo e medicinal. Muitos o consideram afrodisíaco. Pagam até US$ 100 mil pelo quilo.

A alta procura vem dizimando a população de elefantes. Estima-se que eram 20 milhões há dois séculos, antes que a África sofresse a colonização europeia. Um dos últimos censos, realizado pela ONG Elephants Without Borders, aponta cerca de 400 mil. Até 2025, pelo ritmo de queda, haverá menos da metade, o que indicará um caminho sem volta para a extinção.

Os drones ajudam o Quênia a tentar reescrever essa história. O equipamento percorre as savanas e identifica a movimentação de pessoas nas áreas onde os animais estão presentes. As coordenadas são passadas pelas entidades protetoras à polícia, que consegue realizar a prisão ou coibir o crime.


Desde que os drones começaram a realizar esse rastreamento, há dois anos, já foram detidos 300 caçadores. No mesmo período, o número de elefantes mortos no país caiu pela metade.

Drones e a preservação ambiental


O uso de drones na recuperação do meio ambiente tem outros exemplos. A tecnologia já vem sendo usada para monitoramento e até replantio em áreas desmatadas. No Brasil, eles ajudam no mapeamento do que restou da Mata Atlântica.

Sensores acoplados nas máquinas identificam, por mapa de calor, onde há atividade humana e emissões de gases poluentes. Algumas instituições conduzem atividades do tipo, entre elas a WWF. “É uma solução interessante para coibir a caça ilegal e proporcionar mais dados para a conservação das florestas”, diz Colman O’Criodain, analista da WWF, em matéria da Época Negócios.