Ministrado pela jornalista e professora mestra Valéria Said, estudiosa das interfaces entre Moda, Arte, Políticas Culturais e Crítica Decolonial, o evento é uma parceria da Academia Mineira de Letras, com o Movimento Quem Ama Não Mata, que traz, a cada mês, discussões relacionadas à pauta feminista.

No dia 23 de novembro, sábado, a Academia Mineira de Letras (AML), em parceria com o movimento feminista Quem Ama Não Mata (QANM), traz mais uma edição do Ciclo de Debates Sábado Feministas, com a proposta de debater sobre Moda e Feminismo. A palestra será ministrada pela jornalista e professora mestra em Estudos Culturais Contemporâneos, Valéria Said. O evento é gratuito e acontece das 10h às 12h, no auditório da AML (Rua da Bahia, 1466 - Lourdes), com abertura de portões 30 minutos antes do início da palestra.

Com entrada gratuita, o evento acontece no âmbito do projeto “Plano Anual Academia Mineira de Letras – AML (PRONAC 235925)”, previsto na Lei Federal de Incentivo à Cultura que tem o patrocínio do Instituto Unimed-BH – por meio do incentivo fiscal de mais de cinco mil e seiscentos médicos cooperados e colaboradores via Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Moda, História e Feminismo

A relação entre uma História da Moda Ocidental e algumas correntes feministas, notadamente a partir de meados do século XIX, é marcada por conflitos, por exemplo, ligando a Moda ao controle social de corpos femininos, endossado por modos de se vestir, que justificavam (e, de alguma maneira, ainda justificam) a constituição de aspectos morais/patriarcais, pelo pressuposto do binarismo de gênero na Moda. Entretanto, sob a perspectiva dos Estudos Decoloniais, podem-se questionar certas normatividades do Sistema da Moda Ocidental, de sorte a possibilitar críticas ao colonialismo de visualidades eurocêntricas e a potencializar diferentes feminilidades, como práxis feministas.

Segundo a jornalista e professora mestra em Estudos Culturais Contemporâneos, Valéria Said, uma ampla literatura dos Estudos de Moda tem se utilizado de uma definição arquetípica de “moda” como algo historicamente único e próprio do Ocidente, importando conceitos, noções de beleza, comportamentos e modos de se vestir europeizados, não priorizando, com o mesmo status sociocultural, outras estéticas: “Esses cânones, reforçados, em parte, por ‘fashion weeks’ e por uma bibliografia aplicada no ensino acadêmico de Moda, foram construindo uma percepção quase universal de que vestuários não-binários e não-ocidentais não seriam considerados ‘moda’, mas ‘indumentárias/costumes’ ‘exóticos’ ou ‘étnicos’. O mesmo acontece com corpos, peles e etnias, que não ‘se enquadrariam’ ao ‘padrão aristotélico’ de ‘belo’, o que poderia afetar a autoestima de muitas mulheres, por não se sentirem representadas em suas diferentes belezas e feminilidades”, contextualiza.

Outra questão que a professora pretende levantar é a oportunidade de se utilizar dos Estudos Decoloniais Latino-Americanos para realizar conexões entre moda e feminismo: “Esses Estudos, embora surgidos há décadas, no contexto específico das colonialidades brasileiras, ainda estão se forjando como métodos críticos e são mais desafiadores quando se pretende derivá-los ao campo da Moda. Assim, proponho fazer algumas provocações com o público, pois o tema é complexo, considerando-se que há diversas correntes dentro do próprio pensamento decolonial, de maneira a contribuir para se pensar a potência política da Moda como espaço de resistência e práxis feministas”, adianta.

Sobre Valéria Said Tótaro

É jornalista (PUC-MG), articulista e professora. Mestra em Estudos Culturais Contemporâneos (FUMEC/bolsistaFAPEMIG). Estudiosa das interfaces entre Moda, Arte, Jornalismo Cultural, Crítica Setorial, Políticas Públicas Culturais e Estudos Decoloniais. Integrante do Movimento Quem Ama Não Mata (QANM). Membro da Comissão Executiva do Fórum da Moda de Belo Horizonte (FMoBH), instância da Sociedade Civil/Conselho Municipal de Política Cultural. Co-Coordenadora do Curso Lato Sensu “Moda, Arte, Comunicação & Política Cultural” (FUMEC).

Instituto Unimed-BH

O Instituto Unimed-BH completou 20 anos em 2023. A associação sem fins lucrativos foi criada em 2003 e, desde então, desenvolve projetos socioculturais e socioambientais visando à formação da cidadania, estimulando o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas, fomentando a economia criativa, valorizando espaços públicos e o meio ambiente. Ao longo de sua história, o Instituto destinou cerca de R$ 190 milhões por meio das leis de incentivo municipal e federal, fundos do idoso e da criança e do adolescente, com o apoio de mais de 5,6 mil médicos cooperados e colaboradores da Unimed-BH. Em 2023, mais de 20 mil postos de trabalho foram gerados e 2 milhões de pessoas foram alcançadas por meio de projetos em cinco linhas de atuação: Comunidade, Voluntariado, Meio Ambiente, Adoção de Espaços Públicos e Cultura, que estão alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030.

 

Acesse www.institutounimedbh.com.br e saiba mais.

SERVIÇO

PALESTRA: “Moda & Feminismo: Costuras Decoloniais”

Convidada: Prof.ª Valéria Said Tótaro

Quando: 23 de novembro

Horários: Abertura dos portões às 9h30, com início da palestra às 10h.

Onde: Auditório da Academia Mineira de Letras (AML)

Rua da Bahia, 1466, Lourdes

Entrada gratuita, sujeita à lotação de espaço

+Info.: @amletras

Assessoria de Imprensa: QANM – Christina Lima 31 999814897