Empresário acredita que Anastasia será obrigado a distribuir cargos a aliados
O candidato do Novo ao governo de Minas, Romeu Zema, rebateu nessa sexta-feira (12) as críticas feitas pelo adversário, Antonio Anastasia (PSDB). Nessa quinta-feira (11), à reportagem de O TEMPO, o senador afirmou que o plano de governo de Zema “é irreal, sem fundamento e desastroso” na área da educação. O tucano disse ainda que o adversário não entende de gestão pública e avaliou que Zema pretende fazer uma privatização generalizada no Estado.
“Respeito muito o Anastasia, mas tenho tido indigestão de gente incompetente”, disparou o empresário. Segundo Zema, o tucano, caso eleito, não vai conseguir formar uma equipe de governo capacitada. “Ele não vai montar um bom time. O Anastasia vai ter que engolir muita coisa devido às coligações que fez, aos arranjos da velha política. Acho que vou ter muito mais sucesso do que ele”, completou.
No entanto, o nome do Novo ao Palácio da Liberdade comentou que não vai atacar a gestão do oponente à frente do Estado. De acordo com Romeu Zema, Minas Gerais só perdeu protagonismo no cenário político nacional quando esteve sob o comando de Aécio Neves e Antonio Anastasia, ambos do PSDB, e do atual governador, Fernando Pimentel (PT), nos últimos 16 anos. “Minas não tem mais um político relevante. Minas já foi um Estado que dava orgulho. Não é mais”, avaliou o candidato.
Sobre o déficit fiscal, o postulante disse que esse é o principal problema a ser enfrentado pelo próximo governador de Minas.
Romeu Zema contou que pretende avaliar o mandato de Fernando Pimentel: “Somos profissionais e seremos muito pragmáticos”. Ele ressaltou, porém, que sua avaliação e a de sua equipe são de que a gestão petista apresentou muito mais resultados negativos do que positivos.
Análise. Candidato mais bem votado no primeiro turno da eleição estadual (42,7%), Romeu Zema fez um balanço sobre a primeira semana de campanha do pleito no segundo turno, que terá sua definição no próximo dia 28. Segundo ele, a agenda nesse período esteve mais focada na capital mineira, onde se encontrou com representantes da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas, o bispo Dom Walmor de Azevedo e integrantes da Polícia Militar. Para a próxima semana, o candidato do Novo acredita que poderá retomar as viagens pelo interior.
Zema também falou sobre a vinda à Belo Horizonte de Gustavo Franco. O economista participou da criação do Plano Real no governo Itamar Franco (1992-1994), presidiu o Banco Central entre 1997 e 1999 e é integrante do partido Novo.
“Vamos precisar de uma pessoa bem capacitada nessa área. O grande problema de Minas Gerais é o déficit fiscal. Nossa principal meta será corrigir R$ 11 bilhões do rombo previsto para o ano que vem. E pode ser que seja até mais”, concluiu o postulante ao governo.
Empresário estabelece plano de 30 metas
Durante a campanha, a equipe de Romeu Zema (Novo) criou um plano de 30 metas que orientarão a eventual gestão do postulante ao governo de Minas Gerais. A partir dessas diretrizes, Zema pretende governar Minas pelos próximos quatro anos. Entre elas, está prevista a redução do número de secretarias de 21 para nove.
Outro ponto que faz parte do programa é a eliminação de indicações políticas. Segundo o documento, os cargos serão ocupados seguindo critérios técnicos e ficha limpa.
A extinção da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) também está prevista. A intenção é transformá-la em um departamento vinculado à Secretaria da Fazenda para recebimento e destinação de royalties.
Zema também quer implementar um sistema de acompanhamento e premiação por mérito conforme resultados alcançados pelo servidor. O plano também assegura que, em uma eventual gestão, não haverá aumento de impostos.
Candidato do Novo prega cautela
Grande surpresa do primeiro turno das eleições em Minas, o candidato do Novo ao governo do Estado, Romeu Zema, ampliou sua vantagem sobre o tucano Antonio Anastasia. Segundo pesquisa do instituto Paraná, divulgada nessa sexta-feira (12), o empresário agora tem 73,6% dos votos válidos, contra 26,4% do senador.
Nos números gerais, Zema acumula 64,7% das intenções de voto, contra 23,1% do senador. Brancos e nulos somam 7%, e 5,1% não souberam responder.
O candidato comentou o resultado e mostrou cautela: “Recebi com muita satisfação, mas não muda em nada o trabalho que estamos fazendo. Vou continuar trabalhando da mesma forma, como no início da campanha, como se estivesse com 0%”, afirmou.
Com duas semanas restantes até o fim do corrida estadual, no próximo dia 28, Romeu Zema afirmou que vai continuar dialogando com eleitores de Belo Horizonte e do interior e que a escolha definitiva cabe a eles. “Vou deixar para ver resultados só no dia em que as urnas forem apuradas”, comentou.
Pesquisa. Em relação à rejeição dos candidatos, 52,2% dos entrevistados disseram que não votariam em Anastasia em hipótese alguma, enquanto 17,7% falaram o mesmo sobre o candidato Romeu Zema.
A pesquisa, registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob número MG-06869, foi realizada entre os dias 9 e 10 de outubro e ouviu 1.750 eleitores em 82 municípios. A margem de erro é de 2,5%.