A varredura para combater o mosquito Aedes aegypti em Belo Horizonte neste ano já supera o trabalho feito em 2021. Em oito meses, 3,3 milhões vistorias foram feitas em casas e lotes vagos, contra 3,2 milhões. O aumento da preocupação com a dengue se deve à desacelaração da pandemia. A expectativa é a de que as ações sejam reforçadas ainda mais com o início do período chuvoso.

 BH tem 1,2 mil agentes de combate a endemias. Cada um faz pelo menos dez vistorias por dia. O serviço tem caráter educativo na cidade. Em casos graves, as equipes de fiscalização da Secretaria Municipal de Política Urbana atuam com punições. Somente neste ano, mais de 3 mil proprietários de lotes vagos foram notificados por irregularidades, com 1.141 multas aplicadas. 

O diretor de Zoonoses da prefeitura, Eduardo Viana, explica que o aumento das ações tem relação direta com a maior tranquilidade por parte dos moradores com fim das restrições causadas pela Covid-19 e consequente diminuição do contágio pela doença.

1,1 mil multas foram aplicadas a proprietários de lotes vagos notificados por irregularidades em BH

“Envolve vários fatores. Obviamente que a gente vem desde 2020 com dificuldades na realização das vistorias. O avanço da vacinação nos trouxe maior tranquilidade para realização das atividades. Paralelamente, temos o estímulo necessário à intensificação das atividades e implementação de outras ferramentas para o controle do Aedes aegypti”, avaliou.

Segundo o diretor, esforços têm sido feitos pela Secretaria Municipal de Saúde para tentar evitar novo surto de doenças transmitidas pelo mosquito. O último balanço da prefeitura aponta que 1.054 moradores testaram positivo para a dengue. Ainda há 847 exames pendentes de confirmação. Uma morte foi registrada. 
Com a temporada de chuvas, as atividades realizadas pelos agentes de combate a endemias serão intensificadas nas áreas de maior risco, conforme os critérios entomológicos (infestação pelo vetor) e epidemiológicos (concentração de casos suspeitos e confirmados). 

“Nesta época do ano, entramos numa fase de maior expectativa porque o calor e umidade aumentam a incidência do mosquito. Por isso, nossos agentes redobram os cuidados e a PBH tem uma estrutura de vigilância constante”, detalha o diretor de zoonoses.

Entre as ações, segundo Eduardo Viana, estão a realização de mutirão de limpeza com participação da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) para retirar das casas móveis velhos que possam acumular água, reforço da informação na rede de ensino para alunos e trabalhos com Defesa Civil em casos de recusa com agendamento noturno de vistorias.

O diretor da PBH alerta que, para o combate ao mosquito ser mais efetivo, é preciso da união do poder público com a sociedade. “É importante que cada um contribua, fazendo uma vistoria semanal em casa e nos locais de trabalho, eliminando qualquer situação que possa propiciar o acúmulo de água”, reforça.

Denúncias sobre irregularidades e locais com possível criadouro do mosquito podem ser feitas através do 156 ou pelo PBH App. O cidadão também pode solicitar vistoria em um lote. Basta acessar o Portal de Informações e Serviços e realizar a busca com as palavras chave “lotes vagos”.