População se une de forma voluntária, oferece serviços de saúde, apoio psicológico e faz doações para as vítimas do rompimento da barragem
“Estive aqui ontem e voltei para acompanhar os acontecimentos e informações, e sempre reiterar que toda força do governo está sendo colocada, neste momento, para resgatar vítimas e corpos. Essa é a prioridade do governo. Estamos (eu e o governador) dividindo as funções para acompanhar a operação in loco. O trabalho e o esforço dos Bombeiros e da segurança em geral são emocionantes, além de muito bem feitos. Tudo o que pode ser feito está sendo feito. Temos que, após esse momento de enfrentamento da crise, aprender com essa tragédia para que não se repita”, ressaltou Paulo Brant.
Voluntariado
Daniela Silva Pereira e Thaís Vaz são umas das voluntárias que estão em Brumadinho - Gil Leonardi/Imprensa MGO vice-governador também esteve nos locais onde voluntários estão se apresentando e buscando ajudar as famílias que aguardam notícias. Em Brumadinho, uma grande rede de solidariedade se formou. Pessoas de diversas idades, moradores locais e de cidades vizinhas, estão reunidos para contribuir com as famílias das vítimas.
As engenheiras civis Daniela Silva Pereira, 22, e Thaís Vaz, 24, saíram de Contagem para oferecer ajuda às vítimas em Brumadinho. “Desde que vi a notícia já quis ajudar. Soube que estavam precisando de voluntários para dar força aos familiares, prestar solidariedade e repassar informações práticas sobre alimentação, água e atendimento médico. Estamos aqui sem previsão de ir embora”, explicou Daniela.
Walter Moraes também oferece ajuda no local - Gil Leonardi/Imprensa MGWalter Moraes, 43, coordenador da Cruz Vermelha, esteve na área atingida pelo rompimento da barragem, com um grupo de voluntários, nesta sexta-feira (25/1), data da tragédia. “Conseguimos ir a campo e ficamos até de madrugada. Agora, como os Bombeiros restringiram o acesso por questão de segurança, estamos ajudando, prestando serviços de apoio voluntário. Estamos cadastrando profissionais de saúde, assistência social e psicologia e oferecemos serviços aos familiares que aguardam notícias. Muitas vezes, basta um abraço amigo para amenizar um momento de dor”, pontuou. Os serviços de voluntariado estão sendo prestados nas imediações de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em Brumadinho.
Renan Costa, 28, levou roupas, leite e biscoitos ao ginásio após sobreviver à tragédia. “Temos que ajudar quem está precisando. Trabalho em uma mina próxima ao local do rompimento e acredito que escapei por pouco, pois vi o momento em que a lama desceu. Agora temos que unir forças e apoiar uns aos outros”, afirmou Renan.
Há ainda grupos ligados à causa animal buscando informações sobre resgate e articulando uma rede de apoio para atendimento veterinário e lar temporário aos bichos resgatados. A solidariedade também tem chegado em forma de doações. Garrafas de água, materiais de higiene e limpeza, roupas, alimentos e colchões, vindos de todo o país, estão sendo armazenados em um ginásio da cidade para distribuição. A ajuda já foi tanta que, neste sábado, o tenente coronel Godinho, coordenador adjunto de Defesa Civil de Minas Gerais, afirmou que já há quantidade suficiente de mantimentos para o atendimento aos atingidos.