AROESTE MINEIRO

Assassino confessou que matou para vingar morte de primo. Dois dos três mortos eram irmãos

Uma festa junina que tinha o objetivo de arrecadar fundos para a festa de formatura de alunos de uma escola do ensino fundamental acabou em tragédia, no pequeno povoado de Ribeirão do Santana, de apenas 200 habitantes, localizado na zona rural de Caraí, no Vale do Jequitinhonha. Os crimes aconteceram na noite deste sábado (30), por volta das 22 horas. Dois, dos três mortos, são irmãos. Outros dois homens ficaram feridos no tiroteio.

Os assassinatos, durante a festa junina promovida pelos alunos da Escola Municipal 15 de Novembro, deixaram os moradores do lugarejo assustados. A escola é a única do lugarejo e abriga aproximadamente 250 alunos do ensino fundamental. “Essa festa é tradicional e todo mundo se envolve na organização, porque os alunos arrecadam dinheiro para a festa de formatura no evento. Nunca pensei em ver esse tipo de violência aqui”, destacou um dono de uma pousada, de 45 anos, que preferiu não se identificar. O pequeno povoado que é conhecido por abrigar cachoeiras, como a que dá nome ao local, e integrar o chamado Circuito Turístico das Pedras Preciosas.

Uma dona de casa, de 39 anos, também estava na festa acompanhando dois filhos, de 13 e 11 anos que estudam no colégio que promovia a festa. Por telefone, ela disse que os alunos e familiares ficaram espantados com o barulho dos tiros. “Estava tudo correndo normalmente. Foi um corre-corre danado, todo mundo sem entender o que estava acontecendo e desesperado com o barulho dos tiros”, disse a dona de casa.

Segundo a Polícia Militar (PM), os cinco homens tinham acabado de sair de dentro da escola e estavam conversando na porta de um bar quando foram surpreendidos por dois homens que já chegaram atirando. Três dos cinco baleados morreram na hora. Dois deles, os irmãos Fabiano Nunes Pereira, de 25 anos, e Rejano Nunes Pereira, de 27, morreram na hora. Segundo a perícia da Polícia Civil, Fabiano foi executado com 13 tiros e o irmão dele, Regiano, recebeu 11 disparos. Um outro homem, Tarcísio Fernandes Dias, de 22 anos, também foi assassinado com nove tiros. A polícia civil informou que Rejano Nunes Pereira, era tinha um mandado de prisão expedido pela Justiça há seis meses por tentativa de homicídio.

No local do crime, a polícia recolheu pelo menos 50 projéteis de calibre 380, 38 e .40. No tiroteio outras duas pessoas ficaram baleados. Os dois homens feridos tem 27 e 31 anos, e estão internados em estado grave no Hospital Nossa Senhora Mãe da Igreja, em Padre Paraíso, no Vale do Jequitinhonha. A polícia informou que os cinco baleados são suspeitos de integrarem uma gangue acusada de cometer diversos homicídios na região.

Após os crimes, a polícia prendeu um homem, de 26 anos, que confessou ter participado do triplo homicídio. Em depoimento à polícia, Rodilánio Rodrigues de Souza, de 26 anos, disse que cometeu os crimes para vingar a morte de um primo, que teria sido assassinado por uma das vítimas há quatro anos”. O assassino também afirmou que os dois irmãos mortos fazem parte de uma facção criminosa rival e que os grupos lutam pelo controle do tráfico de drogas na cidade de Caraí.

A polícia conseguiu prender Rodilánio em um matagal, às margens da BR-116, em Padre Paraíso. Os outros dois suspeitos, um homem e uma mulher que dirigia o carro no qual os atiradores fugiram continuam foragidos.