O Sindicato dos Transportadores de Combustíveis e Derivados de Petróleo de Minas (Sindtanque-MG) informou nesta quinta-feira (26), por meio de nota assinada pelo presidente da entidade, Irani Gomes, que pode deflagrar um movimento grevista "como jamais visto em nosso Estado" se o governo estadual não reduzir o ICMS sobre os produtos, especialmente o diesel.


Segundo o dirigente, os sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis, que têm onerado o orçamento dos consumidores brasileiros, em geral, também têm sido "motivo de dor de cabeça para os transportadores de combustíveis e de derivados de petróleo". "O insumo, no caso o diesel, corresponde a cerca de 70% dos custos do frete", salienta Gomes.


Ainda conforme o presidente do Sindtanque-MG, um dos principais "culpados" pelos altos preços são os impostos, principalmente aqueles cobrados pelos governos estaduais, como o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e o PMPF (Preço Médio Ponderado Final).

"O governador Zema virou as costas para os transportadores de combustíveis e de derivados de petróleo de Minas", diz Gomes."Em Minas, há dez anos, a alíquota do ICMS do diesel é de 15%, um dos mais altos o país. Ao longo desses anos, o Sindtanque vem reivindicando a redução desse percentual para 12%. Mas, as promessas feitas pelos governos que se sucederam nunca foram cumpridas. No governo Zema, a indiferença diante das demandas dos tanqueiros tem sido ainda maior", reclama. 

Gomes lembra também que, em fevereiro deste ano, "em um voto de confiança ao governo estadual", os transportadores do setor suspenderam uma greve em curso e aguardaram até o final de julho por uma resposta às suas reivindicações, sem sucesso. 


"Após várias reuniões, o governo de Minas não acenou com nenhum benefício, nenhuma melhoria para a categoria. O compromisso de retornar a alíquota do ICMS do diesel para 12%, ficou só na promessa. O governador Romeu Zema, que já foi dono de distribuidora de combustíveis e sabe da dura realidade que enfrentamos, virou as costas para o setor", criticou o dirigente sindical.

O representante dos tanqueiros afirmou ainda que a categoria não pretende abrir mão da redução do ICMS do diesel, dos atuais 15% para 12%. "Estamos em 'estado de greve' e mobilizados para, se necessário, cruzarmos os braços novamente, em um grande movimento, por tempo indeterminado, como jamais visto em nosso estado".

O governo estadual foi procurado nesta tarde para comentar a ameaça de greve e as alegações dos tanqueiros, mas ainda não se manifestou.