O cerco contra os furtos de cabos nas estações do Move em Belo Horizonte será intensificado. Mais de 30 pessoas já foram identificadas e pegas cometendo o crime na capital. Segundo o secretário de Segurança e Prevenção do município, Genilson Ribeiro, quase todas elas vivem nas ruas da cidade.
Embora a origem dos crimes já tenha sido rastreada, os suspeitos não são presos porque a ação é de menor potencial ofensivo. O objetivo da prefeitura (PBH) agora é evidenciar que os roubos são recorrentes e custam caro aos cofres públicos. Desde janeiro, já foram levados 11 mil metros de cabeamento. Para repor os fios o município gastou R$ 23,5 mil.
“Estamos tentando mostrar a resiliência deles na atitude de roubar cabos. Além da identificação para as autoridades policiais, estamos mostrando também o histórico, porque eles fazem isso há muito tempo e dão um prejuízo enorme, para que, de fato, esse crime seja contido”, afirma Genilson.
O próximo passo é identificar quem são os compradores e revendedores da mercadoria ilegal. As transações são feitas durante a madrugada, assim como os furto. Conforme o secretário, já há um mapeamento que mostra quem são essas pessoas e o endereço delas. No entanto, é preciso que haja provas para que eles sejam pegos e presos em flagrante. Para isso, a pasta fará uma parceria com a Polícia Civil.
“A gente só chega com a fumaça. O que era cabo é só o arame na hora da compra. Podemos presumir, mas nessas questões, como estamos acusando, temos que ter provas. É uma questão de mais tempo para juntarmos um ponto com o outro: o que o suspeito rouba, quem rouba, que já sabemos, e quem compra”, diz.
Monitoramento
Ontem, o Hoje em Dia mostrou que uma força-tarefa que a Guarda Municipal e a BHTrans foi montada para fiscalizar os furtos em cabos de semáforos. Só este ano já foram levados 64 mil metros de fios. Quando o cabeamento é retirado, os agentes recebem um alarme e notificação pelas câmeras espalhadas pela cidade. No entanto, ainda não há uma ação direcionada para os crimes no Move.
A fiscalização durante a madrugada, período em que ocorrem os roubos, é feita por guardas em modelo de patrulha. Eles se deslocam de um posto a outro tentando cobrir a maior parte das estações, segundo Genilson. Questionado sobre a possibilidade de ampliar o serviço e colocar agentes fixos nos pontos por 24 horas o secretário afirma que é “impossível”, já que a medida demandaria 12 guardas por estação.
“Teríamos que colocar mais de cem pessoas nas ruas para cuidar da segurança das estações. É um paliativo. A gente vai ter que educar a população e prender essas pessoas, senão vamos construir verdadeiros bunkers”, argumenta.