Da Redação
 

Um jovem de 24 anos suspeito de ter tingido a pele para fingir ser negro para ser aprovado por meio de cotas em um concurso público, morador de Juiz de Fora, na Zona da Mata, foi exonerado do cargo de técnico no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). A decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (10).

Branco de olhos claros, Lucas Soares Fontes foi demitido depois de o programa “Fantástico” da TV Globo ter exibido, neste domingo (9), uma reportagem que mostrava como o rapaz teria forjado características físicas para se apresentar como negro e participar do concurso público como cotista. O caso vinha sendo investigado pelo INSS e pela Polícia Federal por fraude.

O suspeito foi aprovado no concurso realizado em 2016. Conforme a exigência do edital, ele enviou uma foto para comprovar que tinha as características de uma pessoa parda ou preta. A candidatura dele ao concurso dentro do sistema de contas foi aprovada por uma banca ligada à empresa organizadora do certame.

Lucas foi aprovado e começou o trabalho no INSS em 2017, ganhando salário de aproximadamente R$ 6 mil. Só passou a ser alvo de investigação depois que a instituição pública recebeu uma denúncia anônima de que o servidor havia cometido fraude para passar no concurso.

À TV Globo, a delegada da Polícia Federal Fabiana Martins Machado afirmou que a suspeita é que Lucas tenha pintado a pele e usado lentes de contato para se passar por negro no processo seletivo do INSS.

Formado em Direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Lucas teria também cometido fraude ao ingressar na instituição de ensino. Ele entrou em 2013 por meio de vaga "destinada a processo seletivo de ingresso misto, pelo grupo A, destinado a candidatos com renda igual ou inferior a um salário mínimo e meio per capita familiar mensal, que tivessem cursado o Ensino Médio integralmente em escola pública e que se declarassem pretos, pardos ou indígenas". Na época, não era necessário comprovar a autodeclaração.

Em entrevista à TV Globo, na garagem de sua casa, Lucas negou ter cometido fraude. "Não acho que sou branco, acho que sou pardo, até pela miscigenação, tem inúmeras pessoas negras e pardas na minha família", afirmou.