Na manhã desta segunda, somente cinco haviam sido confirmadas pela Polícia Civil. A quinta morte, de um homem de Belo Horizonte, aconteceu no dia 1º de fevereiro, antes da divulgada nesta segunda, de um juiz de 75 anos também da capital, que foi a sexta. A PC disse não ter informações sobre o caso do dia 1º até o momento da publicação desta reportagem.
Entre os 30 casos notificados, a intoxicação pelo químico foi confirmada em quatro, inclusive em um dos óbitos, os demais permanecem sob investigação. Dos notificados, 22 casos estão em Belo Horizonte e os demais casos contabilizam registros em Capelinha, Nova Lima, Pompéu, Ribeirão das Neves, São João Del Rei, São Lourenço, Ubá e Viçosa.
Cerveja
As investigações da PC, da SES-MG e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apontam para o consumo de cerveja contaminada como causador das intoxicações. O Mapa identificou contaminação por dietilenoglicol e por monoetilenoglicol em 41 lotes de dez rótulos da cervejaria Backer: Belorizontina, Backer Pilsen, Backer Trigo, Brown, Backer D2, Capixaba, Capitão Senra, Corleone, Fargo 46 e Pele Vermelha. A empresa está proibida de comercializar os produtos e as autoridades recomendam que os consumidores não bebam nenhum dos produtos da marca.
A SES-MG também orienta à população que, caso tenha cervejas de qualquer marca ou lote produzida pela Cervejaria Backer em casa, não a descarte em pias ou vasos sanitários, nem as coloque no lixo comum, pois outras pessoas podem pegar e consumir esses produtos. Estas cervejas devem ser identificadas com alguma inscrição do tipo: “Não ingerir. Produto impróprio para o consumo”, armazenadas separadamente dos demais alimentos até seja possível entregá-los nos pontos de recepção (Vigilância Sanitária de sua cidade, Núcleos Estaduais de Vigilâncias Sanitárias ou PROCONs).
A Backer divulgou uma nota nesta segunda lamentando as mortes. Leia na íntegra:
Em relação às mortes ocorridas por suspeitas de intoxicação por dietilenoglicol, a Backer compartilha da dor dos familiares das vítimas e, ainda que inconclusas as investigações sobre o acontecido, continua prestando o suporte necessário a todos os atingidos. A cervejaria tem acolhido essas pessoas e prestado atendimento psicossocial. Inclusive, na semana passada, por iniciativa própria, a empresa recorreu ao Ministério Público para ampliar ainda mais o suporte prestado às famílias dos atingidos. A Backer, como a maior interessada em saber o que de fato aconteceu, está tomando todas as providências para elucidar a questão e, embora não se tenha chegado a uma conclusão definitiva sobre o ocorrido, jamais deixou de colaborar com as investigações.