Segundo Paulo Miranda, cenário ainda é caótico no Estado porque governo não agiu efetivamente
O presidente da Federação Nacional do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), Paulo Miranda, afirmou nesta quarta-feira (30) ao jornal O TEMPO que a situação de abastecimento de Minas Gerais é a pior do país. Ele classificou a situação como caótica e avaliou que faltam ações efetivas do governo estadual para que o atual cenário seja revertido.
"Minas Gerais tem hoje a pior situação do país. Tem refinaria, muitas rodovias cruzam o Estado e a situação é caótica", declarou o presidente da Fecombustíveis, que faz parte do comitê que trata sobre essa crise no governo federal.
De acordo com Paulo Miranda, a situação de desabastecimento por conta da greve dos caminhoneiros é pior nos Estados das regiões Sul e Sudeste. Ele conta que há registros de conflitos próximos às diversas refinarias, como a de Betim, na região Metropolitana de Belo Horizonte, a de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, e a de Paulínia, em São Paulo. Segundo ele, nesses locais há grupos grevistas radicais que têm agido com violência.
"É importante pressionar o governo do Estado porque se ele não ajudar, os caras estão aterrorizando os motoristas, depredando caminhões, ameaçando as famílias das pessoas. Então, o caminhão está dentro da base, carregado, e não saí porque o motorista foi ameaçado", declarou.
O presidente da Fecombustíveis disse que, em território mineiro, 96% dos postos de combustíveis estariam sem uma gota de gasolina - os números são referentes a uma atualização feita na manhã de terça-feira (29) e a estimativa deve ser atualizada hoje.
"Minas Gerais é uma questão de governo do Estado. Se o governo contribuir, certamente a situação vai ser resolvida. O que nós temos percebido claramente, e eu tenho recebido informações do país inteiro, é que naqueles Estados em que o governador se empenhou, a situação está bem melhor. Naqueles Estados em que o governador não está nem aí, a situação é pior", disparou Miranda.
Ele informou ainda que nos locais em que os governos estaduais estão contribuindo, não há mais registros de problemas. Um exemplo, segundo ele, seria a Paraíba, no Nordeste. Lá, 100% dos postos estão abastecidos e a população não encontra mais dificuldades. "O governador se empenhou e dissolveu os últimos pontos de bloqueios tinham. Os caminhoneiros foram totalmente atendidos", afirmou.
"No Nordeste quase tudo está resolvido, alguns Estados estão 100% abastecidos, no Norte também está resolvido e no Centro-Oeste está quase tudo resolvido", completou Paulo Miranda.
Bloqueios
O governo de Minas Gerais informou nesta terça-feira que, após sobrevoar o Estado, foram registrados 180 pontos de concentração de caminhoneiros. Desses, 80 estão com caminhões parados e, no restante, segundo o Executivo, há pressão para que os motoristas não saiam. A administração estadual garantiu que a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) vai agir nesse último caso para ajudar os motoristas que quiserem sair.