“Acho que faz diferença mais no policiamento em si. Um shopping já tem câmera de segurança em todos os lados, então acaba tendo essas filmagens, essas novas seriam um equipamento a mais. Mas, já me seguiram dentro do shopping e se eu fosse atrás a gravação teria feito diferença, poderia ter usado as câmeras corporais para me defender”, diz o dentista.

Treinamento especializado

Ao contrário do que defendem Flávio Dino, autor do PL 285/2024, e o especialista em Segurança Privada Michel Pipolo,  o advogado criminalista Jorge Tassi acredita que as câmeras corporais não vão mudar a realidade do serviço de vigilantes enquanto os profissionais não começarem a receber treinamento especializado. Apesar de ser a favor da tecnologia, tanto no setor público quanto no privado, ele defende que outras medidas devem ser tomadas primeiro.

Tassi explica que no caso dos exemplos usados na justificativa do projeto de lei, a câmera corporal serviria apenas para gravar a violência praticada pelos vigilantes e não inibi-la. Nesse caso, o ideal seria a capacitação adequada.

“Se você tem um sistema de capacitação que seja certificado, nós minimizamos o risco de ocorrências parecidas. Aí sim, com o profissional capacitado e preparado nós podemos pensar em câmera. Primeiro temos que pensar na formação do profissional para depois pensarmos na implementação dessas tecnologias. Se não, a câmera simplesmente é uma corda no pescoço do profissional”, enfatiza o especialista.