Reunião foi realizada com os municípios da região Macro Centro do estado e teve como objetivo alinhar ações de enfrentamento e aplicação da vacina
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) promoveu, nesta terça-feira (9/1), na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, reunião com representantes dos municípios da Região Metropolitana da capital sobre febre amarela. O encontro, realizado com os municípios que pertencem às Regionais de Saúde de Belo Horizonte, Itabira e Sete Lagoas, teve como objetivo discutir ações de enfrentamento à febre amarela a fim de diminuir o número de casos da doença na região.
“É primordial que discutamos em conjunto com os municípios ações de estratégia contra febre amarela. A ideia deste encontro é apresentar a atual situação epidemiológica da região, identificar os pontos que precisam ser melhorados e otimizar essas ações”, avaliou o subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde da SES-MG, Rodrigo Said.
Ainda de acordo com Said, Minas Gerais enfrentou ano passado a maior epidemia de febre amarela do país com 475 casos confirmados da doença (de dezembro de 2016 até julho de 2017), sendo que 313 evoluíram para cura e 162 óbitos.
“De julho de 2017 até o atual momento, nós tivemos em Minas Gerais 104 municípios que detectaram ocorrência de epizootia, sendo que, desses, foram confirmadas epizootias em 21 municípios mineiros. Além disso, 27 municípios apresentam epizootia em investigação e 56 municípios há aquilo que chamados de epizootia indeterminada, quando não há condições de realizar análise de material para diagnóstico laboratorial”, afirmou o subsecretário.
O subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde, Rodrigo Said, falou sobre as estratégias de enfrentamento do Estado (Crédito: Marcus Ferreira)Desde julho do ano passado há a circulação do vírus na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Por isso, a frequente comunicação dos municípios com a SES-MG é fundamental para que haja a maior rapidez na implantação de ações de enfrentamento à doença no estado.
“O vazio vacinal existente atualmente é o principal responsável pela ocorrência de casos. É extremamente necessário intensificar a vacinação em todos os municípios, principalmente nas áreas rurais”, informou Rodrigo Said.
A cobertura vacinal atual em Minas Gerais está em torno de 81%, índice muito superior ao mesmo período do ano passado. Esse aumento contribui diretamente para o controle da ocorrência da doença. No entanto, ainda há cerca de três milhões e meio de pessoas sem vacinar no estado, para alcançar a cobertura ideal de 95% de pessoas vacinadas.
“Temos um grande trabalho pela frente. Apesar de todos os esforços realizados ao longo de 2017, ainda temos o desafio de aumentar a cobertura vacinal em nosso estado”, pontuou o subsecretario.
Na sequência do encontro, o médico infectologista do Hospital Eduardo de Menezes, referência em doenças infecciosas em Minas Gerais, Darío Brock Ramalho, abordou a questão da assistência aos pacientes internados em decorrência da doença.
“Encontramos um quadro de fragilidade em relação à febre amarela em função da falta de vacinação. Atualmente, cerca de 70% dos pacientes internados no CTI em decorrência da doença vem a óbito, caracterizando a enorme letalidade da febre amarela. A vacinação é uma medida de saúde e segurança pública”, analisou Ramalho.
O subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde, Rodrigo Said, destacou, ainda, que atualmente Minas Gerais não enfrenta um quadro de surto de febre amarela. “Os casos notificados atualmente são esporádicos e dispersos. O estado não enfrenta epidemia e otimizando a cobertura vacinal, conseguimos cessar essas notificações”, finalizou Said.
Para mais informações sobre a doença, acesse: www.saude.mg.gov.br/febreamarela.