CIDADE ADMINISTRATIVA

Ainda não há uma resposta concreta sobre como vai funcionar o trabalho remoto dos servidores do Estado de Minas Gerais que precisaram deixar o serviço presencial devido aos problemas nos elevadores dos prédios Minas e Gerais na Cidade Administrativa, que foram desativados.

O Governo Estadual informou que está elaborando um plano para remanejar parte dos servidores para o primeiro e segundo andar do prédio, a fim de dar continuidade ao trabalho presencial, enquanto o restante dos funcionários deve ficar de casa. 

A reportagem do O TEMPO esteve na Cidade Administrativa na manhã desta terça-feira (14) e conversou com diversos servidores, que estavam no local recolhendo seus pertences. Segundo eles, a expectativa é de voltar ao trabalho presencial apenas em 2025.

Uma servidora da pasta de agricultura esperava sentada em frente ao prédio um colega buscar suas coisas, já que ela foi impossibilidade de subir até o 14º andar de escada devido à idade avançada.  Ela relatou que está preocupada com o trabalho, já que não possui computador em casa nem internet. Durante a pandemia, segundo a funcionária, o Governo de Estado disponibilizou todo o material necessário para que ela desse continuidade ao serviço, mas, desta vez, ela ainda não teve retorno. 

O TEMPO questionou o governo de Minas se haverá ajuda de custos aos funcionários, mas não teve resposta. 

Servidores "perdidos"

Durante a visita à Cidade Administrativa na manhã desta terça-feira (14), a reportagem do O TEMPO também flagrou alguns servidores "perdidos", sem saber como buscar seus pertences nos andares mais altos. 

Isso porque, para subir as escadas, os servidores precisam assinar um termo de responsabilidade, que também precisa ser o aval dos gestores de cada área. Na frente do prédio Gerais, duas servidoras aguardavam o chefe chegar para liberar a entrada delas. Uma, entretanto, não poderia subir de jeito nenhum, já que idosos não estão sendo liberados. 

Os seguranças do prédio, que estão recebendo os termos de responsabilidade e liberando a entrada, relataram que muitos servidores não estão sabendo da regra, e acabam fazendo um "barraco" querendo entrar no prédio e buscar seus pertences.

Terceirizados também temem o futuro 

Durante visita à Cidade Administrativa, a reportagem do O TEMPO também flagrou duas funcionárias de um restaurante do Centro de Convivência, que recebe principalmente os prédios Minas e Gerais, sendo demitidas.

Diversos funcionários das lojas e lanchonetes do local relataram estar com medo de perder seus empregos, e alguns proprietários também falaram com o jornal que existe a possibilidade de fechar o empreendimento. Os restaurantes que funcionam no 9º andar dos prédios Minas e Gerais já fecharam, uma vez que não podem funcionar sem os elevadores. 

Também em conversa com a reportagem, faxineiras terceirizadas da Cidade Administrativa não souberam responder como ficará a limpeza dos andares mais altos do prédio. Segundo elas, a MGS, empresa pública responsável por prestar serviço aos órgãos do Estado, orientou apenas que os funcionários devem ter “cautela” e “prezar pela saúde”. 

A reportagem questionou a MGS como ficará a limpeza dos prédios e se haverá redução dos quadros, além de uma orientação aos funcionários, mas ainda não recebeu retorno.