Belo Horizonte e Contagem investigam 63 casos suspeitos de febre maculosa, doença com alta letalidade que é transmitida pelo carrapato-estrela. Na capital mineira são 31 notificações, sem registro de morte até o momento. Já na cidade da região metropolitana, até esta quarta-feira (5), a prefeitura foi informada que 32 pessoas teriam sido infectadas pela doença. Deste total, duas mortes foram confirmadas e duas são investigadas.
A febre maculosa mata quatro a cada dez infectados. A enfermidade é mais comum entre junho e novembro, conforme a Secretaria de Estado de Saúde (SES). Nesses meses, a população de carrapatos-estrela, transmissores da bactéria, aumenta devido ao ciclo de vida da espécie. A doença provoca febre alta, manchas na pele e dores no corpo.
BH
A Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) de BH reforça que o tratamento imediato é fundamental para a cura da doença. "Havendo suspeita, o tratamento deve ser iniciado imediatamente, com uso de antibióticos, coleta de sangue para exame e notificação do caso para investigação", explica a pasta. Nos últimos 12 anos, a capital teve 494 casos notificados de febre maculosa, sendo 20 confirmados "o que representa 4,25% confirmação das suspeitas", expõe a SMSA.
Contagem
A cidade da Grande BH já admitiu que enfrenta surto da doença. Todos os casos suspeitos são moradores da região do Nacional e teriam participado de um mutirão de capina no bairro Vila Boa Vista. No total, 128 pessoas entraram na mata e podem ter sido picadas e infectadas pelo carrapato-estrela. Ele fica hospedado em animais de grande porte, como cavalos e capivaras.
A área onde ocorre o surto de febre maculosa é ocupada por apenas uma família. A Defesa Civil isolou cerca de um quilômetro da rua e todos que entram no local devem fazer cadastro. Além disso, a Secretaria de Saúde aplicou carrapaticidas na região e nas casas próximas. Uma unidade de saúde também foi montada na região do Nacional. A prefeitura também aplicou oito toneladas de cal no terreno para matar o parasita.