Em evento realizado nesta segunda-feira (30/10), na sede da federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, anunciaram investimentos de US$ 2,6 bilhões, cerca de R$ 13 bilhões na cotação atual do dólar, na Refinaria Gabriel Passos (Regap), situada em Betim. 

Com os investimentos, a refinaria terá a produção elevada. A capacidade de refino vai passar dos atuais 170 mil barris por dia para 240 mil por dia. O montante será aplicado até o ano de 2027. Mais cedo, a informação era de que uma parte do investimento de US$ 2,6 bilhões iria para a Regap e outra parte para mais áreas do setor energético, mas depois o ministério confirmou que esse valor será todo aplicado na refinaria.  

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o investimento demonstra uma clara mudança na política da Petrobras, que é valorizar as refinarias brasileiras em vez de privatizá-las.  

“Nós queremos uma empresa competitiva. Por isso estamos lutando para que ela volte a investir no refino, que foi completamente abandonado nos últimos quatro anos. Havia uma clara predisposição do ministro da Economia, Paulo Guedes, que era entreguista, de entregar a Petrobras nos moldes que entregou a Eletrobras. Nós estamos revertendo esse processo e estamos valorizando uma empresa que é estratégica, ajuda a reduzir o Custo Brasil e vai fazer o país crescer”, argumentou. 

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que os investimentos na Regap trarão muitos benefícios para Minas Gerais, pois a refinaria é a maior pagadora de impostos do Estado e o crescimento dela vai provocar um aumento ainda maior de arrecadação para o poder público.

“O investimento (no aumento da capacidade de refino da Regap) será feito em duas etapas. Hoje a gente está com uma capacidade de 170 mil (barris por dia), vai para 200 mil e depois para 240 mil. Quer dizer, quase que dobra. Não é necessário construir novas refinarias. Encontramos formas de fazer novas refinarias dentro das próprias refinarias. A Regap é um exemplo disso”, explicou o presidente da Petrobras. 

E o presidente da Petrobras criticou a política da antiga gestão da estatal e lembrou que, quando era senador, lutou para impedir a privatização de refinarias.  

“A Petrobras deixou de investir nas oito refinarias que, infelizmente, o governo anterior colocou à venda. Nós, como senadores, denunciamos e felizmente conseguimos impedir. Saíram uma ou duas, mas conseguimos impedir (a venda) da Regap e de Canoas, que são duas refinarias importantes. Nós íamos perder essas refinarias. Para prepará-las para vender, não valia a pena investir e fazer paradas de manutenção, com investimento grande”.    

Além das autoridades federais, participaram do evento nesta segunda-feira, denominado “1º Encontro de óleo, gás e biocombustíveis para o fortalecimento da cadeia de produção industrial e comercial brasileira”, o prefeito de Betim, Vittorio Medioli, o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, técnicos, políticos e diversos empresários do setor. 

O prefeito de Betim, Vittorio Medioli, avaliou como positivo o anúncio de investimentos na Regap. 

“Vai repor uma perda de importância que a refinaria tinha, ela já representou 25% de todo o refino no Brasil e tinha caído para insignificantes 3% ou 4%. Com isso, recupera mais alguma coisa. E vem atender o consumo de Minas Gerais. É muito importante para Betim porque é o maior contribuinte não apenas do Estado, mas também do município. E vem gerar novos empregos, novas receitas e novas oportunidades”, justificou.

Também no evento, foi anunciada a criação do Operador Nacional do Sistema de Distribuição de Combustíveis, um novo órgão que vai acompanhar e fiscalizar os preços da gasolina, do diesel e do etanol nos postos do Brasil.