Afastamento de delegado e investigadores é desdobramento da Operação Fênix, do Ministério Público, que teve mais uma fase deflagrada esta semana
Um delegado e três investigadores lotados nas cidades de Araxá (Alto Paranaíba) e Uberlândia (Triângulo Mineiro) foram suspensos de seus cargos como desdobramento de operação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) que aponta o envolvimento de policiais civis e empresários num esquema criminoso. A Operação Fênix, cuja nova fase foi deflagrada nessa quinta-feira, apura crimes de corrupção, tráfico de drogas, venda ilegal de armas, receptação, adulteração de identificação de veículos, além de fraude processual e obstrução da Justiça. De acordo com o MPMG, o objetivo principal da quadrilha era o desvio de cargas.
Conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Contra o Crime Organizado (Gaeco), a ação terminou com o cumprimento de 23 mandatos de prisão, um mandado de prisão temporária e 13 mandados de busca e apreensão nas cidades de Uberlândia e Uberaba, no Triângulo Mineiro, e Itumbiara, em Goiás.
O afastamento dos servidores foi publicado no Diário Oficial de Minas Gerais desta sexta-feira e assinado pelo chefe da Polícia Civil, João Octacílio Silva Neto. Ele atende determinação de medida cautelar da 4ª Vara Criminal da Comarca de Uberlândia para a concessão de liberdade provisória aos acusados. Estão suspensos o delegado de Araxá, Sandro Montanha de Souza Negrão, o investigador Alisson Reis Santana, da mesma cidade, e os investigadores de Uberlândia José Amadeu dos Santos e Clayton Donizete dos Reis.
Segundo o MPMG, pelo menos cinco desvios de cargas de diversos tipos, como sementes de milho, madeira, balas e coberturas de chocolate, sucos e extratos de tomate, entre outros, teriam sido praticados pelos criminosos. Eles também são suspeitos de tráfico de drogas, envolvendo o roubo, armazenamento e posterior venda de 160 quilos de pasta base de cocaína.
Ainda de acordo com informações do Ministério Público, a organização criminosa falsificava placas e documentos de veículos, carteiras nacionais de habilitação e Registros de Evento de Defesa Social (REDS) para praticar os crimes. Nas buscas desta quinta-feira, foram apreendidos diversos equipamentos para falsificação de documentos, documentos falsificados, máquina para fabricação de placas de veículos automotores, uma arma de fogo e substância entorpecente.
Na primeira etapa da operação, que aconteceu em dezembro de 2017, mais de 50 policiais foram presos.