Em seu quinto ano, bloco empolgou os foliões com clássicos do axé, pagode e Tim Maia; nem a chuva desanimou o pique dos presentes
O excesso que marca o nome Quando Come Se Lambuza pôde ser visto também no desfile do bloco neste sábado (10). De acordo com os organizadores, foram mais de 150 mil pessoas no entorno da folia. A Polícia Militar não divulgou números.
Foi o quinto ano de desfile do bloco. Previsto para começar às 13h, uma multidão já se aglomerava em frente ao Palácio das Artes por volta do meio-dia, quando diversos foliões tomaram as avenidas da região. Pouco antes do início, uma pequena confusão entre dois jovens que trocaram chutes e socos foi rapidamente dispersada. A própria plateia vaiou os brigões. Antes das 14h, o bloco começou seu cortejo ao som do axé, seguido pelo pagode, com sucessos do grupo Raça Negra. Nem a chuva desanimou o pique dos presentes, que se sentiram refrescados diante do forte sol da manhã na capital mineira. Mas ela durou pouco tempo, e logo o calor tomou novamente conta da cena.
Melado, idealizador e mestre de bateria, reafirmou a essência do bloco, conhecido por tocar diversos estilos musicais. “Não temos preconceito, a gente chama de música pra pular brasileira, e tudo que o povo gosta de dançar: axé, pagode, funk, soul”, enumerou. Aliás, um dos grandes momentos do desfile aconteceu logo apos a execução de “Do Leme ao Pontal”, sucesso de Tim Maia, quando a vocalista Aline Jabor puxou o grito de “não é não”, em referência à campanha contra o assédio no Carnaval, que distribuiu tatuagens com esses dizeres para as mulheres.
Wallace Lambuzada, rainha de bateria do bloco pelo segundo ano, tirou diversas fotos com os foliões e foi uma das grandes atrações do desfile. “Para mim, é emocionante, a gente está mostrando que BH pode ter um Carnaval levando muita alegria e diversidade”, disse.
O público presente também tinha esse discurso em mente, como Ana Carolina Veloso, que compareceu a celebração vestida de MM's vermelho. “Somos várias amigas, e cada uma veio de uma cor, porque tem MM azul, vermelho, verde, amarelo, rosa, marrom”, disse. Ela já é figurinha carimbada nos desfiles do bloco. “É um bloco que representa a atualidade e diversidade, o mundo agora é assim, queiram ou não, a gente tem que brigar por cada vez mais liberdade”, definiu.
A foliona também elogiou a estrutura da organização. “Está tudo muito bom, fui no banheiro com super segurança, fiquei só 15 minutos na fila”, disse. Jordana, que cursa o sétimo período de jornalismo, foi pela primeira vez assistir ao bloco. “Estou adorando tudo, já tinha ficado na corda antes, e não tinha sido tão bom assim, música e organização nota dez”, garantiu. Ela foi fantasiada de gatinha. “Minha mãe quem fez a fantasia. Adoramos Carnaval”. Fantasia, aliás, é com a Beatriz, que resolveu inovar e ir de pintinho amarelinho. “Para sair da modinha do unicórnio, eu vim toda amarela, e mais brasileira", divertiu-se.