AproCima, com participação de funcionários da Sedese, Seccri e Sesp, garante monitoramento de áreas rurais, malha rodoviária e produção agrícola no Estado a baixo custo

Vencedor da modalidade Inovação em Políticas Públicas da 2ª edição do Prêmio Inova Minas, realizado no ano passado pelo Governo do Estado, o projeto AproCima deve facilitar a implementação e acompanhamento de políticas públicas em Minas nas áreas rurais.

A proposta busca identificar comunidades rurais isoladas, além de mapear estradas primárias e secundárias do estado e a produção agrícola existente em tais contextos. Tudo isto, realizado a partir da análise automatizada das imagens de satélite, gratuitas e de alta resolução, fornecidas pelo satélite europeu Sentinel 2A.

O projeto consegue fazer o mapeamento e identificação de avanços e deficiências nessas três áreas, garantindo maior agilidade e custo reduzido na tomada de decisões pelo poder público, servindo de modelo para outros estados do país.

De autoria dos servidores Wesley Mateus de Oliveira, da Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese), Helder Carlos Júnior, da Secretaria de Estado de Casa Civil e de Relações Institucionais (Seccri); e Pedro Henrique Costa, da Secretaria de Segurança Pública (Sesp), o projeto está sendo desenvolvido em parceria com o grupo de pesquisa Patreo, vinculado ao Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Servidores premiados no Inova Minas de 2017, com o o projeto AproCima (Crédito: Omar Freire/Imprensa MG)

“Pegamos 45 municípios e fizemos um estudo em cima deles. O algoritmo de mapeamento das áreas de produção já registra 90% de acerto, isso representa um elevado grau de confiança”, conta Wesley Mateus, que é coordenador da área de monitoramento da Superintendência de Programas Especiais da Sedese.

Graduado em Ciências Sociais e concluindo doutorado em Ciência Política pela UFMG, Wesley Matheus explica que o projeto busca também identificar, por exemplo, onde há buraco na malha rodoviária no estado, que possui, hoje, um déficit de mapeamento de 3.000 quilômetros, além de buscar diferenciar que tipo de cultura está plantada em cada região e se há carência ou irrigação excessiva em determinadas áreas.

Segundo Wesley, dentro das ações do Estratégia de Enfrentamento da Pobreza no Campo, coordenadas pela Sedese, a ideia é utilizar o AproCima para a construção de estratégias de desenvolvimento regional e estabelecimento de mercados locais.

"O AproCima pega as imagens disponibilizadas pelo satélite Sentinel 2A da União Europeia e ‘ensina’ o computador a reconhecer padrões de imagem referentes à comunidade rural, estradas ou área agrícola produtiva. Dessa forma, é possível fazer, por exemplo, reconhecimento da malha rodoviária levando em consideração vias principais e vicinais. Em um segundo momento, procuramos identificar padrões de trechos ruins das vias. Com relação às áreas de plantio, desejamos identificar o tipo de cultura, se é soja, milho, arroz e se há falta de irrigação”, explica.

Wesley Matheus lembra que, hoje, muitas pessoas associam a imagem do Estado à morosidade e ao ultrapassado. “No entanto, esse projeto nos permite mostrar que é possível fazer inovação a baixo custo, principalmente em um momento que o Estado está com déficit orçamentário”, enfatiza, lembrando que a ideia inicial é disponibilizar o AproCima para funcionários da administração direta e indireta e, a médio prazo, que seja disponibilizado para um público mais amplo. “Quem sabe em breve as pessoas vão poder até consultar como estão os problemas de buracos nas rodovias”, prevê.

Inova Minas

Coordenado pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) com o apoio da Fundação João Pinheiro (FJP), o Inova Minas busca captar e estimular a implementação de ações, além de buscar reconhecer, valorizar e premiar as ideias e iniciativas inovadoras no Estado, que visem a melhorar a prestação se serviços públicos pelo governo de Minas. Nessa 2ª edição foram inscritos 210 trabalhos e 34 foram classificados para a premiação.

Dentre os finalistas, 12 receberam prêmios em dinheiro (R$ 5 mil, R$ 3,5 mil e R$ 2 mil para os três primeiros colocados de cada modalidade das duas categorias existentes - a outra é Inovação em Processos) e outros quatro foram contemplados com “menção honrosa”. Os vencedores na categoria “Inovação em Políticas Públicas” receberam R$ 5 mil.