A Prefeitura de Belo Horizonte não vai decretar calamidade pública, informou o prefeito Alexandre Kalil na manhã desta segunda-feira (28). Mesmo assim, o trabalho da administração municipal continuará afetado pelo desabastecimento de combustíveis e alimentos consequente da greve dos caminhoneiros, que já está no oitavo dia. O ponto facultativo para servidores municipais foi mantido até o final de semana.
Apesar da cautela em relação aos possíveis desdobramentos da grave, Kalil afirma que não há caos na prefeitura, e revelou que dois serviços básicos da capital serão plenamente reestabelecidos nesta terça-feira (29).
“Decidimos por um ponto facultativo essa semana. O ponto facultativo preventivo, porque, graças à Deus, a prefeitura tem toda situação sob controle. Recebemos a notícia do Setra-BH que os ônibus coletivos de Belo Horizonte voltam a rodar 100% na cidade, a partir de amanhã, o que deve compensar a greve dos metroviários. A coleta de lixo também voltará a funcionar normalmente”.
Em relação aos centros de saúde da cidade, o prefeito afirmou que a escala contará com 50% dos funcionários, assim como ocorre normalmente nos pontos facultativos.
Sobre o abastecimento dos alimentos, situação que preocupa a população, Kalil procurou tranquilizar a população, afirmando que o ponto facultativo nas repartições públicas tem a intenção de evitar um possível racionamento na alimentação.
“Dentro do possível, a partir de alimentação, se suprimentos, de combustíveis, a limpeza urbana volta amanhã na sai totalidade também. O problema realmente é o abastecimento alimentar. Para que não falte, apesar de termos estoque para mais 15 dias. Segunda-feira, voltamos às atividades normais”.
O prefeito também afirmou que todos os veículos públicos foram abastecidos, e que os restaurantes populares, e os asilos estão funcionando normalmente, sem qualquer restrição.
Confira outros assuntos abordados pelo prefeito Alexandre Kalil:
Estado de calamidade pública
Desde que a reunião com os secretários foi confirmada, no último sábado, a expectativa é de que a prefeitura decretasse estado de emergência ou de calamidade pública. Apesar de ter evitado adotar uma providência mais drástica nesse momento, Kalil não descartou uma medida mais drástica caso os serviços básicos não se reestabeleçam até final da semana.
“Achamos precipitado decretar estado de emergência ou calamidade. Mas, se nessa semana não houver uma retomada dos serviços, partiremos para uma medida mais drástica”, afirma.
Opinião sobre a paralisação
“Ninguém aguenta agressão. Os caminhoneiros foram agredidos com aumentos diários. Então, quando se quer abusar, tem os dois lados do abuso. Então, abusaram dos caminhoneiros, zombaram de uma categoria que emprega diretamente de três a quatro milhões de pessoas, e agora vão pagar o preço de quem zomba, faz troça com o trabalhador”.
Condução da greve pelo Governo Federal
“Boa não foi. Foi, no mínimo, um desastre. Mas, no Brasil de hoje, desastres são um cotidiano. Foi mais um ato do cotidiano, de um governo que não tem integração, e fica na mão de quem tem muito pouca experiência de tratar a coisa como tem que ser tratada”.