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A Prefeitura de Belo Horizonte decretou, nesta quinta-feira (13), o fim da epidemia de dengue na capital. A decisão, anunciada pelo Prefeito Fuad Noman (PSD) durante coletiva para a imprensa, foi motivada pela queda nos atendimentos realizados pelas unidades de saúde do município.

Conforme o executivo municipal, em março deste ano, foi o momento em que os hospitais tiveram maior demanda, com 193.216 atendimentos realizados. Já em maio, os números caíram para 30.190, uma redução de 84%. E a tendência de queda permanece: nos 10 primeiros dias de junho foram pouco mais de 3 mil atendimentos.

"Estamos, hoje, com pouquíssimos casos. Podemos dizer que vencemos e superamos a dengue. No ano passado, começamos um esforço muito grande, mas fomos surpreendidos pelo tamanho epidêmico. Nunca tivemos um ano epidêmico de dengue tão violento. Mas nosso enfrentamento pelo SUS foi muito efetivo e eficiente e, proporcionalmente, tivemos um número menor de óbito por dengue”, disse Fuad.

O decreto foi publicado em fevereiro, quando o município registrou um expressivo aumento nos atendimentos relacionados às arboviroses, passando de 28.696 em janeiro para 118.312 no mês seguinte. As ações para ampliar o acesso da população à assistência foram iniciadas pela Secretaria Municipal de Saúde em janeiro, com o anúncio do Plano de Enfrentamento às Arboviroses, a abertura de centros de saúde aos sábados e domingos e a intensificação das ações de combate e prevenção ao mosquito.

Considerando todas as unidades de saúde, a prefeitura informou que realizou cerca de 500 mil atendimentos. Nas duas últimas epidemias, em 2016 e 2019, foram - respectivamente - 189 mil e 168 mil atendimentos. 

Ações de prevenção e combate ao Aedes aegypti

No balanço apresentado pela PBH, as equipes de zoonoses intensificaram as ações de campo, realizando 1,5 milhão de vistorias em imóveis. Foram realizados, em parceria com a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), 138 mutirões de limpeza, quando foram acessados 2,3 mil imóveis e recolhidas 420 toneladas de materiais.

 

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Além das ações rotineiras de vistoria, as equipes atenderam 8 mil denúncias e solicitações de visitas em imóveis. Foram feitas 156 ações de controle vetorial químico, com uso de inseticida UBV em mais de 90 mil imóveis. A PBH realizou 46 sobrevoos com drones abrangendo cerca de 10 mil imóveis. Foram identificados cerca de 7 mil pontos com possíveis focos do mosquito.

Veja outros números do balanço apresentado pela PBH

Para enfrentar a maior epidemia de dengue registrada em Belo Horizonte, a Prefeitura investiu cerca de R$ 37,2 milhões - sendo R$19,79 milhões apenas em contratações emergenciais. Desde fevereiro foram contratados 1.721 profissionais de diversas categorias, como médicos, enfermeiros, técnicos superiores de saúde, técnicos de enfermagem e assistente administrativos.

Vacinação contra a dengue

A Prefeitura de Belo Horizonte mantém as doses da vacina contra a dengue para a população de 10 a 14 anos disponíveis nos 152 centros de saúde e também no Serviço de Atenção à Saúde do Viajante. O público contemplado para receber a vacina foi definido pelo Ministério da Saúde. Até o momento, cerca de 48 mil pessoas receberam a 1° dose e 5 mil foram imunizados com a segunda dose.

Casos de dengue, zika e chikungunya

Em 2024 já foram confirmados 72.624 casos de dengue em Belo Horizonte e 70 óbitos. Há 143.211 casos notificados pendentes de resultados de exames laboratoriais e avaliações epidemiológicas. Foram investigados e descartados 22.747 casos.

No que se refere à chikungunya foram confirmados 4.880 casos e cinco óbitos. Há 1.834 casos notificados pendentes de resultados. Não há registro de casos de zika na capital.

Cabe ressaltar que a Prefeitura de Belo Horizonte permanece monitorando o cenário assistencial e epidemiológico da dengue, zika e chikungunya. As ações de prevenção e combate ao mosquito também seguem sendo realizadas pelas equipes de zoonoses.