Toda a obra será custeada pela iniciativa privada; prefeitura dará apoio
Em meados do ano que vem, Betim terá seu próprio aeroporto. As obras do Aeródromo Inhotim, que serão totalmente custeadas pela iniciativa privada, começaram nessa quinta-feira (22), no distrito industrial Bandeirinhas, a 4 km do centro de Betim e a 29 km do centro de Belo Horizonte. “Trabalhamos com a data de entrega para agosto do ano que vem”, anunciou o executivo Luiz Tito, presidente da Orion Participações, empresa criada para coordenar o projeto.
O modelo de negócio será autossustentável. O gestor do fundo de investimentos, Marcos Cadar, explica que os recursos para bancar a primeira parte do empreendimento estão totalmente garantidos. São R$ 160 milhões ao todo, sendo R$ 45 milhões para terraplenagem e pavimentação e o restante para infraestrutura, terminal de passageiros e demais equipamentos.
“Vamos lançar um condomínio de galpões voltados para a indústria aeronáutica e também para outras que se interessarem, além de 24 hangares. À medida que eles forem sendo vendidos, o dinheiro vai financiar o restante do projeto”, explica Cadar.
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O prefeito de Betim, Vittorio Medioli, ressalta que a prefeitura não colocou nem um centavo, mas desenhou o projeto e está fornecendo todo o apoio. Na avaliação de Vittorio, os impactos positivos para a economia vão extrapolar a cidade e atingir toda a região, com atração de novas empresas e geração de empregos. Só a fase de construção deve gerar 640 empregos diretos e 800 indiretos. E o aeródromo tem potencial para gerar 21 mil postos de trabalho.
“Betim certamente será a primeira a sentir a onda de crescimento. Mas o aeródromo já nasce com potencial para se expandir no futuro e atrair, sobretudo, indústrias de elevado valor agregado, como alta tecnologia e farmacêutica”, afirma o prefeito. Ele lembra que o terminal também atenderá cidades do entorno, como Mário Campos, Sarzedo, Ibirité, Igarapé, São Joaquim de Bicas, Contagem, Esmeraldas e Itatiauçu.
O presidente da Orion ressalta que o Aeródromo Inhotim nascerá voltado para a aviação executiva. Entretanto, nada impede que, no futuro, existam voos de maior porte. “É um desejo nosso, mas quem vai orientar é o mercado. A pista, de 1.800 m, é maior do que a do Santos Dumont (RJ) e a de Congonhas (SP). E é quase do tamanho da pista da Pampulha”, destaca Tito.
O prefeito ressalta que o aeródromo não competirá com Confins. “É outro tipo de aviação. Aqui, o foco será a aviação executiva. Confins é um aeroporto internacional”, afirma Vittorio.
Homenagem. O nome do aeródromo é uma homenagem ao museu de arte contemporânea em Brumadinho. A cerca de 30 km do aeroporto, Inhotim recebe 350 mil visitantes por ano.