O preço da tarifa de ônibus de Belo Horizonte é o primeiro item de uma série de problemas apontados por quem usa o transporte público da capital. Desde o último sábado (8 de julho), o bilhete passou de R$6,00 para R$4,50, graças ao subsídio de R$512 milhões a serem repassados pela Prefeitura de Belo Horizonte às empresas de ônibus, porém, mesmo com a mudança, a expectativa dos passageiros é que outras melhorias sejam feitas em breve.

"A gente merece um ônibus de qualidade, né. Essa tarifa já devia ter sido reduzida há muito tempo. Os ônibus não estão bons, o trânsito é caótico, a gente sai da estação no horário certo, mas chega no Centro de BH atrasado, muitas vezes em pé, filas gigantes. Na hora de ir embora é pior, todo mundo fica em pé. Essa redução é justa, porque a gente merece um ônibus de qualidade", afirma a atendente Dayane Oliveira, de 34 anos.

Quem também reclama de atrasos foi o manobrista Hermano Rodrigues, 24, que não tem outra alternativa de transporte, senão os coletivos. "Eu dependo do ônibus para ir ao trabalho, não tenho opção de metrô e às vezes minha linha pula um ou dois horário, isso acarreta um atraso e na quantidade de passageiros dentro do ônibus, muita gente em pé", pontua.

Por meio de nota, a PBH informou que, além da mudança no preço da tarifa, a Lei 11.458/23 também prevê outra medidas que visam a qualidade do transporte coletivo, como “mais viagens, qualidade e conservação dos ônibus, garantia de ar condicionado, pontualidade, cumprimento da programação e limite do número de passageiros, entre outros". No sábado, quando houve a mudança, 155 novas viagens em 104 linhas começaram a circular, e, nesta segunda-feira (10 de julho), outras 185 viagens em 62 linhas foram acrescidas ao tráfego para reduzir o tempo de espera.

Já o prefeito da cidade, Fuad Noman (PSD) afirmou que as mudanças vão acontecer gradativamente e que até o fim do ano o processo de melhoria deve estar concluído. “A PBH vem fazendo um trabalho para mudar o contrato. Sabemos que era um contrato muito antigo, que precisava ser modernizado, com isso, com essa mudança, a gente tem uma mudança completa no processo, temos controle efetivo sobre as linhas, sobre as operações e assim podemos reduzir o preço das passagens e complementar o preço com recursos da prefeitura”, disse.

Segundo Noman, trata-se de um processo que vai melhorar com o tempo. “Não podemos esperar que hoje, amanhã ou depois tudo vai melhorar, porque para comprar um ônibus não tem nenhuma prateleira, se no Mercado Central tivesse ônibus, nós vínhamos aqui e comprávamos, mas não tem isso, tudo é um processo. Vai melhorar gradativamente, até o fim do ano, com mais linhas, mais ônibus, menos pessoas dentro de cada ônibus”, afirmou o prefeito durante coletiva para imprensa sobre o 44º Arraial de Belo Horizonte.