"Onde se vê uma casa, a gente vê cidadania!". Esse é o lema do espaço Canto da Rua, inaugurado na última sexta-feira (24), no bairro Dona Clara, na região da Pampulha, com a finalidade de ser um local de conexão de projetos voltados para os direitos da população em situação de rua e dos catadores de material reciclável visando uma transformação social.
Integram o espaço o Centro Estadual de Defesa dos Direitos Humanos e o Projeto Empreendendo Vidas, que está organizado em três grupos: Cozinheiros de Rua, Plantação e Operações Logísticas, que dão suporte aos grupos e às pessoas em situação de rua que buscam alternativas de geração de trabalho e renda.
Na nova casa se estenderão a atuação do Canto da Rua a todo o país por meio do Movimento Nacional da População de Rua, que protagoniza e mobiliza a população de rua em torno da conquista de políticas públicas, e a Pastoral Nacional do Povo da Rua, organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que atua desde 2001 na defesa dos direitos da população de rua e catadores de materiais recicláveis.
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Social (Cimos) e da Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos de Belo Horizonte, trabalhou na conquista do espaço, no estímulo ao desenvolvimento de projetos e na atuação pela garantia dos direitos dessa população.
O procurador-geral de Justiça, Antônio Sérgio Tonet, classificou a entrega da casa como histórica, principalmente, pelo fato de o país atravessar uma grave crise, com exemplos de intolerância que acabam por acentuar a exclusão das pessoas mais vulneráveis. "É o primeiro passo de uma caminhada para que o nome dessa casa – Canto da Rua – não tenha apenas o significado daquele canto, onde o cidadão se isola. Mas que ganhe força como a expressão do canto, no sentido de vozes a serem ouvidas. A voz da rua, do povo excluído", disse Tonet.
Para o promotor de Justiça André Sperling a participação do governo do Estado, através da subsecretaria dos Fóruns Regionais e do Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas), foi fundamental para a cessão do espaço. “Essa casa será muito importante como um ponto de convergência de ideias e projetos que fomentem a efetivação dos direitos das pessoas em situação de rua”, explicou.