array(31) {
["id"]=>
int(166809)
["title"]=>
string(89) "PM encontra viatura da Polícia Civil 'escoltando' mineração ilegal no Belvedere, em BH"
["content"]=>
string(7723) "CRIME AMBIENTAL
Uma viatura da Polícia Civil foi flagrada durante uma operação da Polícia Militar (PM) de Meio Ambiente, na última sexta-feira (3 de janeiro), a poucos metros do local onde máquinas pesadas atuavam na extração ilegal de minério no bairro Belvedere, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. No veículo oficial, estavam um investigador, que estaria de férias, e um tenente-coronel da reserva, que acabaram presos. Procurada, a Polícia Civil informou que sua corregedoria foi acionada e investiga as questões de "natureza disciplinar".
As prisões dos dois policiais — e de outras quatro pessoas, que atuavam dirigindo as máquinas e caminhões — ocorreram durante a operação Férias Seguras da PM. A área onde ocorria a extração fica próxima à antiga linha férrea que corta a região e pertence à zona de amortização da Unidade de Conservação (UC) Estação Ecológica do Cercadinho.
O TEMPO teve acesso à ocorrência policial do caso, que indica que, quando os militares do setor de inteligência chegaram para fazer a primeira abordagem no local, se depararam com uma viatura da Polícia Civil com dois homens próximos, fora do carro, e "observando as máquinas em pleno funcionamento".
Após a abordagem, um deles se identificou como policial civil, mas o outro, que era um tenente-coronel da reserva, inicialmente não teria contado ser militar. Porém, ainda conforme a PM de Meio Ambiente, depois que foi confirmado se tratar do policial aposentado, foi constatado que o homem já teria sido apontado como um dos "proprietários" do terreno alvo da operação.
O militar da reserva foi citado em outubro de 2024, quando outro tenente-coronel, este da ativa, foi abordado no local e apresentou um "contrato particular de transferência de posse". O documento passava o terreno investigado de um empresário do setor de terraplanagem para outras quatro pessoas: os dois policiais militares e outros dois homens.
"Segundo ele (tenente-coronel da reserva), ele estava em uma investigação juntamente com o policial civil que estava ali. No entanto, no momento da chegada das guarnições, não havia qualquer indício que apontasse que estava ocorrendo uma investigação, não foi feito nenhum contato por parte deles à PM e PF, e as máquinas estavam em pleno funcionamento mesmo com a presença da viatura da Polícia Civil, que era visível para os trabalhadores", detalha a ocorrência policial.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da PM, que, até a publicação, ainda não tinha se manifestado sobre o caso. Já a Polícia Civil informou, por nota, que a investigação está a cargo da Polícia Federal (PF), uma vez que recursos minerais são considerados bens da União.
"A Corregedoria Geral da Polícia Civil foi acionada e deu início aos levantamentos investigativos afetos às questões de natureza disciplinar", concluiu a instituição policial.
Destino do minério irregular não foi identificado
Ainda conforme o registro policial, no local foi constatado a existência de um trator que estava, naquele momento, enchendo quatro caminhões com material acinzentado semelhante ao minério de ferro. No terreno, foi aberta cava a céu aberto com cerca de 8 mil metros quadrados e aproximadamente seis metros de profundidade.
Questionados durante a operação, os motoristas dos veículos de carga afirmaram desconhecer o local onde iriam descarregar os materiais. Segundo os homens, ao deixarem o local, eles recebiam uma ligação do "responsável pela extração" que indicava o local para onde eles deveriam levar o minério.
Deputada cobra resposta
Diante da situação, a deputada federal Duda Salabert (PDT) encaminhou, nesta segunda-feira (6), um ofício ao governo de Minas Gerais. No documento, a parlamentar cita o envolvimento de servidores estaduais da extração ilegal de minério e cobra uma ação do Estado.
"Quais providências estão sendo tomadas com relação aos agentes públicos da ativa e da reserva envolvidos no cometimento de possíveis crimes contra a administração pública?", indaga a deputada. Ela também questionou sobre a existência de algum pedido formal de extração de minério da área,
"Cumpre registrar que a Estação Ecológica do Cercadinho é importante para o abastecimento hídrico da região metropolitana de Belo Horizonte e que a atuação de agentes públicos em atividades ilícitas usando a estrutura do Estado tem impactos devastadores no efetividade de políticas públicas, como a erosão da credibilidade das instituições; enfraquecimento do combate aos crimes ambientais; desvio de recursos públicos; danos irreparáveis ao meio ambiente e à economia que alimenta a corrupção sistêmica; e a expansão da criminalidade prejudicando o desenvolvimento sustentável", escreveu Duda no ofício.
O governo de Minas foi procurado sobre o ofício, mas ainda não se posicionou. As defesas dos suspeitos foram procuradas pela reportagem, mas não foram encontradas.
"
["author"]=>
string(29) "José Vítor Camilo / O TEMPO"
["user"]=>
NULL
["image"]=>
array(6) {
["id"]=>
int(622724)
["filename"]=>
string(38) "viatura-da-pol-cia-civil-mineracao.jpg"
["size"]=>
string(6) "114422"
["mime_type"]=>
string(10) "image/jpeg"
["anchor"]=>
NULL
["path"]=>
string(3) "bb/"
}
["image_caption"]=>
string(111) "Corregedoria da Polícia Civil apura o uso da viatura pelo policial (IMAGEM ILUSTRATIVA)Foto: PCMG/Divulgação"
["categories_posts"]=>
NULL
["tags_posts"]=>
array(0) {
}
["active"]=>
bool(true)
["description"]=>
string(162) "Um policial militar da reserva e um investigador, que estava de férias, foram presos no local; outro militar, da ativa, estaria envolvido no esquema
"
["author_slug"]=>
string(25) "jose-vitor-camilo-o-tempo"
["views"]=>
int(77)
["images"]=>
NULL
["alternative_title"]=>
string(0) ""
["featured"]=>
bool(false)
["position"]=>
int(0)
["featured_position"]=>
int(0)
["users"]=>
NULL
["groups"]=>
NULL
["author_image"]=>
NULL
["thumbnail"]=>
NULL
["slug"]=>
string(83) "pm-encontra-viatura-da-policia-civil-escoltando-mineracao-ilegal-no-belvedere-em-bh"
["categories"]=>
array(1) {
[0]=>
array(9) {
["id"]=>
int(435)
["name"]=>
string(5) "Minas"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#a80000"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(5) "minas"
}
}
["category"]=>
array(9) {
["id"]=>
int(435)
["name"]=>
string(5) "Minas"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#a80000"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(5) "minas"
}
["tags"]=>
NULL
["created_at"]=>
object(DateTime)#539 (3) {
["date"]=>
string(26) "2025-01-06 16:38:28.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["updated_at"]=>
object(DateTime)#546 (3) {
["date"]=>
string(26) "2025-01-06 16:38:28.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["published_at"]=>
string(25) "2025-01-06T16:40:00-03:00"
["group_permissions"]=>
array(4) {
[0]=>
int(1)
[1]=>
int(4)
[2]=>
int(2)
[3]=>
int(3)
}
["image_path"]=>
string(41) "bb/viatura-da-pol-cia-civil-mineracao.jpg"
}
CRIME AMBIENTAL
Uma viatura da Polícia Civil foi flagrada durante uma operação da Polícia Militar (PM) de Meio Ambiente, na última sexta-feira (3 de janeiro), a poucos metros do local onde máquinas pesadas atuavam na extração ilegal de minério no bairro Belvedere, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. No veículo oficial, estavam um investigador, que estaria de férias, e um tenente-coronel da reserva, que acabaram presos. Procurada, a Polícia Civil informou que sua corregedoria foi acionada e investiga as questões de "natureza disciplinar".
As prisões dos dois policiais — e de outras quatro pessoas, que atuavam dirigindo as máquinas e caminhões — ocorreram durante a operação Férias Seguras da PM. A área onde ocorria a extração fica próxima à antiga linha férrea que corta a região e pertence à zona de amortização da Unidade de Conservação (UC) Estação Ecológica do Cercadinho.
O TEMPO teve acesso à ocorrência policial do caso, que indica que, quando os militares do setor de inteligência chegaram para fazer a primeira abordagem no local, se depararam com uma viatura da Polícia Civil com dois homens próximos, fora do carro, e "observando as máquinas em pleno funcionamento".
Após a abordagem, um deles se identificou como policial civil, mas o outro, que era um tenente-coronel da reserva, inicialmente não teria contado ser militar. Porém, ainda conforme a PM de Meio Ambiente, depois que foi confirmado se tratar do policial aposentado, foi constatado que o homem já teria sido apontado como um dos "proprietários" do terreno alvo da operação.
O militar da reserva foi citado em outubro de 2024, quando outro tenente-coronel, este da ativa, foi abordado no local e apresentou um "contrato particular de transferência de posse". O documento passava o terreno investigado de um empresário do setor de terraplanagem para outras quatro pessoas: os dois policiais militares e outros dois homens.
"Segundo ele (tenente-coronel da reserva), ele estava em uma investigação juntamente com o policial civil que estava ali. No entanto, no momento da chegada das guarnições, não havia qualquer indício que apontasse que estava ocorrendo uma investigação, não foi feito nenhum contato por parte deles à PM e PF, e as máquinas estavam em pleno funcionamento mesmo com a presença da viatura da Polícia Civil, que era visível para os trabalhadores", detalha a ocorrência policial.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da PM, que, até a publicação, ainda não tinha se manifestado sobre o caso. Já a Polícia Civil informou, por nota, que a investigação está a cargo da Polícia Federal (PF), uma vez que recursos minerais são considerados bens da União.
"A Corregedoria Geral da Polícia Civil foi acionada e deu início aos levantamentos investigativos afetos às questões de natureza disciplinar", concluiu a instituição policial.
Destino do minério irregular não foi identificado
Ainda conforme o registro policial, no local foi constatado a existência de um trator que estava, naquele momento, enchendo quatro caminhões com material acinzentado semelhante ao minério de ferro. No terreno, foi aberta cava a céu aberto com cerca de 8 mil metros quadrados e aproximadamente seis metros de profundidade.
Questionados durante a operação, os motoristas dos veículos de carga afirmaram desconhecer o local onde iriam descarregar os materiais. Segundo os homens, ao deixarem o local, eles recebiam uma ligação do "responsável pela extração" que indicava o local para onde eles deveriam levar o minério.
Deputada cobra resposta
Diante da situação, a deputada federal Duda Salabert (PDT) encaminhou, nesta segunda-feira (6), um ofício ao governo de Minas Gerais. No documento, a parlamentar cita o envolvimento de servidores estaduais da extração ilegal de minério e cobra uma ação do Estado.
"Quais providências estão sendo tomadas com relação aos agentes públicos da ativa e da reserva envolvidos no cometimento de possíveis crimes contra a administração pública?", indaga a deputada. Ela também questionou sobre a existência de algum pedido formal de extração de minério da área,
"Cumpre registrar que a Estação Ecológica do Cercadinho é importante para o abastecimento hídrico da região metropolitana de Belo Horizonte e que a atuação de agentes públicos em atividades ilícitas usando a estrutura do Estado tem impactos devastadores no efetividade de políticas públicas, como a erosão da credibilidade das instituições; enfraquecimento do combate aos crimes ambientais; desvio de recursos públicos; danos irreparáveis ao meio ambiente e à economia que alimenta a corrupção sistêmica; e a expansão da criminalidade prejudicando o desenvolvimento sustentável", escreveu Duda no ofício.
O governo de Minas foi procurado sobre o ofício, mas ainda não se posicionou. As defesas dos suspeitos foram procuradas pela reportagem, mas não foram encontradas.