Fonte:Minas 247 - O governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), candidato à reeleição, rebateu as declarações do candidato à vice na chapa do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), general Hamilton Mourão (PRTB, e afirmou que o partido vai ganhar a eleição e se preparar para impedir qualquer tentativa de golpe pela direita.
"Esta campanha talvez seja a campanha mais importante que a gente está fazendo, a eleição mais importante que a gente está disputando, desde a redemocratização, desde que a gente conseguiu reconquistar a democracia. Porque a democracia no Brasil nunca esteve tão ameaçada quando esteve até agora, e agora ameaçada explicitamente", afirmou Pimentel em discurso durante encontro com militantes e políticos do PT, em Belo Horizonte, neste domingo (9).
À Globo News, Mourão admitiu a possibilidade de "autogolpe" do presidente com apoio das Forças Armadas, caso a sua chapa seja eleita e enfrente uma eventual crise grave no funcionamento das instituições. "É uma questão de, quando você olha a missão constitucional das Forças, tem uma missão que eu considero, que ela é uma coisa, como é que interpretar isso, que é a tal da garantia dos poderes constitucionais. Como é que a gente garante os poderes constitucionais? Mantendo a estabilidade? E, se um Poder não consegue mais cumprir a sua finalidade, o que nós fazemos? Então é uma discussão que nós temos tido ao longo dos tempos, porque está escrito na Constituição", disse Mourão.
Segundo Pimentel, "eles estão falando, verbalizando a intenção deles de fazer o Brasil regredir". "Nós somos da luta democrática, e toda vida fomos, nossos da resistência, lá desde o tempo da ditadura, das reconquistas, e depois ganhamos quatro eleições sucessivas para presidente da República, quatro, duas com Lula e duas com a Dilma, e vamos ganhar a quinta, eu não tenho dúvidas de que vamos ganhar esta eleição. Eles tentaram tirar o Lula, provavelmente vão caçar o registro dele, nós vamos disputar com Fernando Haddad e a Manuela D´Avila de vice, e vamos ganhar a eleição", acrescentou.
Mas, de acordo com o governador, "não basta ganhar a eleição, esta é a nossa preocupação agora". "A ferocidade com que a direita hoje está tratando a nossa agenda, os nossos temas, os temas populares, o Temer está cortando o bolsa-família pela metade, pela metade, na maior cara de pau, não tem essa de preservar o social, vai preservar nada. Vão passar o trator, é isso que eles estão querendo", disse.
"Então nossa campanha é essa, a campanha de resistência. Agora é ganhar a eleição e se preparar para resistir, porque eles vão tentar depois da eleição nos impedir de governar. É a aquela história que o Lacerda falava contra o Juscelino: 'não deve ser candidato, se for candidato não deve ganhar a eleição, se ganhar a eleição não deve ser diplomado, se for diplomado não deve tomar posse, se tomar posse vamos derrubá-lo'. Esta é a tese da direita golpista no Brasil há anos, desde o século passado. Continua igualzinho. Agora piorado, porque eles têm o apoio de uma parte importante da mídia, e tem também um pedaço do legislativo, que não é pequeno, que está do lado deles", complementou.
O governador afirmou que os setores progressistas têm o apoio do povo. "Temos o povo inteiro em nosso favor, é por isso que o Lula lidera todas as pesquisas, então nós temos que ir pra cima nesta campanha, de cabeça erguida, defendendo a nossa agenda, as nossas escolhas. Nós fizemos em Minas um governo de mudanças, nós podemos ter orgulho de nosso governo, nós fizemos um governo ouvindo o povo, fomos para o interior do Estado, redescobrimos esse Estado, que estava abandonado, que estava esquecido, começamos a sanear as contas públicas, tivemos este problema de ter um golpe de Estado no Brasil, e aí um governo que é totalmente hostil ao governo de Minas Gerais e aos governos populares de uma maneira geral, isso está nos atrapalhando, mas isso nós vamos resolver, vamos eleger o Fernando Haddad, quanto a isso não se preocupem", disse.
"Esta eleição tem lado, o lado do povo e o lado de lá, o lado da elite, o lado da selvageria, da crueldade, dos cortes de orçamentos, da perseguição política, o lado que quer voltar com a ditadura, o que eles querem voltar é com a ditadura, agora está sendo explicitado, verbalizado, nas falas, nas entrevistas, na forma como se comportam".