Desenvolvido pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) no Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT), em Juiz de Fora (Minas Gerais), o kefirgerante é fruto de uma pesquisa que aproveita a última etapa do soro extraído do leite pelas indústrias de laticínios para a bebida fermentada à base de kefir.
A cada ano, milhões de litros do soro permeado de leite são descartados na natureza por indústrias de laticínios do país. A ideia de desenvolver o kefirgerante surgiu da necessidade de dar um fim útil a esse material, que possui altos teores de cálcio, sais minerais e vitaminas.
De acordo com o pesquisador Junio de Paula, o kefirgerante cumpre missão tripla: além de reduzir os impactos ambientais negativos, ajuda a nutrir as pessoas e aumenta a lucratividade das indústrias que poderão vender soro permeado.
O produto é uma evolução do “refrigerante do bem”, bebida que também foi desenvolvida pela Epamig-ILCT em 2016. Ainda de acordo com o pesquisador, por se tratar de um produto à base de kefir, o diferencial do kefirgerante é o conjunto de bactérias láticas viáveis e as leveduras potencialmente probióticas presentes em sua composição.
Há ainda, em seu processo de fabricação, a adição de gás carbônico (CO2) ao permeado de soro fermentado, o que é, além de estratégia sensorial, uma forma de controle microbiológico. O produto, que possui coloração translúcida, ainda pode ser acrescido de outras proteínas lácteas.