Pesquisa realizada pelo Opus Consultoria & Pesquisa em Belo Horizonte mostra que o ex-prefeito Alexandre Kalil lidera as intenções de voto para o governo de Minas Gerais entre os eleitores da capital mineira. O ex-prefeito se mantém forte em um cenário de disputa que tem o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) como um dos nomes mais cristalizados na corrida pelo Executivo Estadual.

No primeiro cenário de pesquisa estimulada apresentado aos entrevistados, Kalil lidera com 28% das intenções de voto, seguido por Nikolas Ferreira, com 23%. Eles estão empatados tecnicamente, já que a margem de erro é de 4,5 pontos percentuais para mais ou para menos. O levantamento ouviu 500 pessoas nas nove regionais de Belo Horizonte entre os dias 1º e 3 de julho.

Atrás do ex-prefeito e do deputado federal aparecem os senadores Cleitinho Azevedo (Republicanos) e Rodrigo Pacheco (PSD), com 9% das intenções de voto cada; o vice-governador Mateus Simões (Novo), com 2%; e o presidente da Assembleia Legislativa (ALMG), Tadeu Martins Leite (MDB), com 1%. Para esta primeira seleção de possíveis candidatos, 5% dos entrevistados responderam que votariam branco ou nulo, e 24% não responderam.

Em um segundo cenário de disputa, o nome de Nikolas foi retirado do páreo. Nesta configuração, as intenções de voto ficam divididas da seguinte maneira: Kalil com 29%; Cleitinho com 17%; Rodrigo Pacheco com 9%; Simões com 2%; Tadeuzinho com 1%; nulos e brancos com 7%; e 35% não responderam.

O recall de Kalil
Kalil aparece na liderança, embora não tenha se lançado como possível candidato e, nos cenários elaborados na pesquisa, seja o único que não ocupa nenhum cargo eletivo no momento. Para o diretor da Opus, Matheus Dias, o resultado indica que a disputa pelo governo de Minas ainda não ocupa o imaginário do eleitor belo-horizontino, e o ex-prefeito ainda se beneficia do recall proporcionado por uma gestão municipal bem avaliada.

“O eleitor comum não está conversando sobre a disputa para o Executivo Estadual. Nesse cenário, por ele já ter sido prefeito bem avaliado da capital e por já ter disputado uma eleição para o governo em 2022, muitos eleitores lembram de Kalil. Ele tem muito do que a gente chama de recall político. Existe muita lembrança do eleitor sobre o nome dele e sobre a gestão que, de acordo com as pesquisas que nós fizemos com o Estado de Minas, foi bem avaliada”, analisa.

Os resultados da pesquisa espontânea de intenção de voto para governador mostram que a discussão sobre o pleito de 2026 ainda está distante do imaginário do eleitor mineiro. Quando os entrevistados foram convidados a citar um nome para a disputa sem nenhuma sugestão do pesquisador, 93% não souberam ou não responderam; 3% citaram Nikolas Ferreira; 2% mencionaram Rodrigo Pacheco; e 1% indicou Kalil.

Para efeitos práticos, a boa avaliação de Kalil em Belo Horizonte não foi suficiente para garantir uma vitória na disputa pelo Executivo estadual em 2022. Na ocasião, Romeu Zema (Novo) ficou à frente do ex-prefeito recém-saído do cargo, com 46,56% dos votos, contra 42,54% do rival.

 



Fortalecido
A comparação entre os dois cenários estimulados para o governo de Minas mostra pouca variação entre os candidatos na simulação da corrida eleitoral com ou sem Nikolas Ferreira. Os 23% de intenção de voto do deputado federal são basicamente redistribuídos entre Cleitinho Azevedo, que salta de 9% para 17%, e os que preferiram não responder, que aumentam de 24% para 35%.

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O salto de 11 pontos percentuais entre os indecisos indica que uma parte significativa dos eleitores que pretendem votar em Nikolas Ferreira não tem outra opção para o cargo de governador. Matheus Dias avalia que o resultado garante ao deputado, ao menos, um papel importante como cabo eleitoral.

“Hoje, Nikolas é um nome de projeção nacional que consegue conversar muito bem com um eleitor mais conservador e para muitos desses eleitores ele é a única opção, visto que praticamente metade dos seus votos não vão para nenhum outro candidato, eles ficam indecisos. Isso acontece muito porque os outros nomes postos neste momento não têm a mesma postura conservadora do deputado federal. Com a intenção de voto que ele já apresenta e com a relevância no cenário nacional, ele vai ser um ativo muito importante para qualquer campanha do campo conservador”, avalia.

 

 



 
Estagnado
Os 2% de intenção de voto destinados ao vice-governador Mateus Simões (Novo) indicam a dificuldade de Romeu Zema em transferir relevância eleitoral ao seu sucessor. O governador foi a escolha de 19% dos eleitores na disputa pela Presidência da República e tem 28% de avaliações de sua gestão como ótima ou boa. Ainda assim, seu suplente permanece estagnado.

“Mesmo esse eleitor que está satisfeito com a gestão do atual governador, que considera ele ótimo ou bom, não vota no Mateus Simões para governador. Ou seja, ele não consegue converter isso em votos no momento da pesquisa, mesmo que esteja quase sempre na capital e com acesso aos principais meios de comunicação do estado”, analisa Matheus Dias.