Pelo menos sete presos foram libertados de forma irregular da Nelson Hungria

Deentos deixaram a penitenciária entre dezembro de 2017 e janeiro deste ano

Pelo menos sete pessoas foram libertadas de forma irregular da penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana, entre dezembro de 2017 e janeiro deste ano. A informação foi confirmada à reportagem pelo juiz da Vara de Execuções Criminais de Contagem, Wagner Cavalieri, que, nesta quarta-feira (1), já havia confirmado que um dos principais traficantes do Estado, Luís Henrique Nascimento Vale, o Totó, recebeu indevidamente um alvará de soltura que o libertou da prisão, onde cumpria 53 anos por homicídios e porte ilegal de armas. Como informado à reportagem por uma fonte das forças de segurança do Estado, Totó teria pagado R$ 600 mil para ter os impedimentos que barravam sua libertação apagados do Setarin, sistema da Polícia Civil.

Segundo Wagner Cavalieri, houve irregularidade na saída de Totó da cadeia, em dezembro do ano passado. Diante dos fatos, o juiz expediu, nesta quarta-feira, um mandado de prisão contra o criminoso. “Em janeiro, eu já havia notado uma falha e solicitado esclarecimentos. Tem coisa pesada atrás disso. Houve alguma falha ou desvio de conduta por parte de quem fez a consulta dos alvarás de soltura no Setarin”, assegurou. “Nós fizemos o encaminhamento para alguns órgãos de investigação de controle para eles apurarem se houve alguma falha ou caso de corrupção”, afirmou o magistrado.

O Setarin é o setor da Polícia Civil que tem como responsabilidade manter atualizado o acervo de mandados de prisão cadastrado no Sistema de Informações Policiais (SIP). O acesso a essas informações é restrito. “Ele (Totó) pagou para que tirassem os impedimentos da ficha dele”, revelou uma fonte à reportagem de O Tempo.

Graças a uma investigação da Polícia Civil, nesta quarta-feira, 12 suspeitos de integrar a quadrilha do traficante – entre eles um irmão de Totó – foram presos em Belo Horizonte e em Esmeraldas, na região metropolitana, durante a operação Kuzushi. Um outro irmão do chefe do tráfico do Cachoeirinha e do Santa Cruz já havia sido preso no último sábado no interior de São Paulo.