DESCASO

O que era para ser um retorno tranquilo para casa virou um teste de paciência para passageiros de um voo, que pousou em Belo Horizonte por volta das 11h20 da manhã desse domingo (13/7), mas só teve as bagagens liberadas quase duas horas depois. A demora gerou indignação e revolta entre os viajantes, que relataram falta de assistência da companhia aérea e da concessionária do Aeroporto Internacional de Confins, na Grande BH.

O advogado Rogério Medeiros foi um dos passageiros afetados. Ele havia embarcado em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, saiu cedo e se surpreendeu positivamente ao perceber que o voo de ida foi realizado em um jato, o que encurtou o tempo no ar. A viagem durou cerca de 40 minutos. A expectativa era de que a viagem, feita pela Azul Linhas Aéreas, seguiria fluindo com a mesma agilidade até o fim. Mas bastou chegar a Belo Horizonte para a situação desandar.

Segundo ele, logo ao sair da aeronave, já era possível ver no painel de informações que o voo havia pousado às 11h24. Apesar disso, nenhuma bagagem apareceu na esteira até pouco depois das 13h20. "Foram praticamente duas horas esperando a mala para um voo que durou quarenta minutos, praticamente o triplo do tempo”, reclama o advogado.

No saguão, formaram-se filas de pessoas incomodadas e cansadas, algumas visivelmente abaladas. Rogério lembra que havia senhoras idosas entre os passageiros, incluindo uma com diabetes, todas em pé, sem nenhuma acomodação adequada, alimento ou explicações claras. “Eu fiquei muito aborrecido. Foi uma situação bastante estressante pelo descaso", disse.

A resposta que recebeu de um funcionário do aeroporto causou ainda mais frustração. Se quisesse informações, teria que sair da área de retirada de bagagens e ir até o guichê da companhia. Mas, ao fazer isso, não poderia mais retornar para pegar a mala.

Para ele, tanto a Azul quanto a BH Airport, concessionária que administra o aeroporto, foram omissas. Em nenhum momento ofereceram conforto, esclarecimentos ou qualquer tipo de suporte, como água, lanche ou um espaço adequado para os passageiros esperarem. “Parecia um pesadelo. Foram extremamente desatenciosos com seus passageiros. Não deram informação nenhuma ”, desabafa.

A única alternativa proposta foi o envio da mala à residência de cada passageiro. No entanto, essa solução não atendia a quem, como Rogério, precisava da bagagem naquele mesmo dia. Ele tinha um novo voo marcado para o dia seguinte e, dentro da mala, estavam itens pessoais que não podiam ser dispensados.

Indignado com o que classifica como “absoluto descaso”, ele afirmou que pretende acionar a Justiça para buscar reparação por danos morais. Segundo o passageiro, houve clara violação dos direitos do consumidor. “A gente paga uma tarifa de embarque elevada e não tem uma contraprestação satisfatória”, afirma.

Procurada, a Azul Linhas Aéreas ainda não se manifestou sobre o caso. A reportagem também questionou a BH Airport, que administra o terminal, sobre os motivos da demora na liberação das malas e sobre a ausência de suporte aos passageiros. As respostas serão incluídas assim que forem enviadas.