CONFUSÃO!

O motivo da pancadaria entre estudantes da rede estadual durante o “aulão” de IA no Mineirão, na região da Pampulha, em Belo Horizonte, nesta quarta-feira (19/11), pode ter sido premeditado. Indícios encontrados pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE-MG) nas redes sociais mostram que alunos teriam publicado mensagens afirmando que “chegariam jogando garrafas” durante o evento.

“Já identificamos escolas com mais alunos envolvidos e outros que não tinham nada a ver com isso, que estavam simplesmente tentando se afastar na correria, como acontece em grandes públicos. Vamos averiguar todas as possibilidades. Não acredito que seja um caso isolado. Hoje já temos algumas identificações nas redes sociais de pessoas que planejaram a confusão. Por exemplo, temos um comentário dizendo: ‘Vamos entrar jogando garrafas’. Então, pode ter havido algum tipo de incitação. Evidentemente, isso não é uma confirmação, e por isso um procedimento de investigação será necessário”, afirmou o secretário de Educação, Rossieli Soares.

'Ciúmes' também está entre possíveis razões do tumulto

Além disso, outro fator que pode ter desencadeado o tumulto foi o fato de um adolescente ter mexido com a namorada de outro estudante, conforme levantamento da Secretaria de Estado de Educação.

“Estamos coletando todas as imagens. Já solicitamos à organização do estádio acesso a elas, bem como às que nós mesmos fizemos. A segurança estava acima do número necessário para esse contingente e foi contratada com policiamento na área externa. O que observamos são indícios de pessoas que vieram com o propósito de causar confusão. Localizamos algumas informações nas redes sociais, o que requer investigação”, disse Soares.

Pancadaria desencadeou crise de ansiedade em alunos

Segundo o secretário, ainda não há o número total de alunos feridos, mas, até o momento, nenhum apresentou lesões graves.

“Houve pessoas com crises de ansiedade e outras que podem ter se machucado. Ainda não temos o número exato, mas a maioria absoluta dos alunos já regressou ou está regressando bem. Estamos em contato com todos os diretores de escola. Além de lamentar, vamos averiguar e responsabilizar, se for o caso”, completou.

Segurança reforçada

De acordo com a pasta, o número de seguranças contratados foi superior ao recomendado pela empresa. Para o público previsto de 20 mil participantes, seriam necessários entre 100 e 120 profissionais. No entanto, cerca de 170 seguranças estavam posicionados no estádio para um público que chegou a quase 27 mil alunos.

Em nota, o estádio do Mineirão informou que a operação do evento é de responsabilidade do governo de Minas. O estádio apenas forneceu o local.

Aulão de IA queria bater recorde mundial

Cerca de 200 escolas da Região Metropolitana da Grande BH deixaram os muros das instituições para participarem do evento no estádio do Mineirão, na Pampulha. A ação promovida pela Secretaria de Estado de Educação em parceria com o Google Gemini tinha a expectativa de entrar para o Guinness Book com o recorde de maior aulão do tipo até hoje.

Ao todo, o aulão reuniu alunos de 11 cidades da RMBH para aprenderem sobre conteúdos tecnológicos ministrados por profissionais do Google.

O que diz a Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG)? 

A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) afirmou lamentar profundamente a pancadaria entre alunos durante o aulão de Inteligência Artificial (IA) no Mineirão e disse “repudiar qualquer ato de violência ou desrespeito”. Um processo interno de investigação será instaurado para identificar as responsabilidades pelo ocorrido.

A pasta afirma que a maior parte dos participantes, estudantes e professores, permaneceu em seus lugares ao longo do evento, “com comportamento responsável e acompanhando a programação”. Segundo o governo, o episódio foi rapidamente controlado por bombeiros civis e seguranças contratados, o que garantiu a continuidade das atividades. A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) também foi acionada.

Ainda conforme a secretaria, todas as medidas de segurança foram adotadas imediatamente para garantir a integridade de estudantes, educadores e demais presentes. Os alunos envolvidos receberam atendimento individualizado e contarão com acompanhamento do Núcleo de Acolhimento Educacional (NAE), formado por psicólogos e assistentes sociais especializados no apoio psicossocial e na prevenção da violência, do bullying e de outras violações.