Em 22 de fevereiro deste ano, durante o Carnaval de Belo Horizonte, Cibelly Pâmela, mulher trans, foi espancada, perdeu parte do crânio e ficou paraplégica. Trata-se de mais um capítulo de covardia e intolerância ainda presentes nos dias de hoje, quando se registra a morte de uma pessoa LGBT+, por conta de LGBTfobia, a cada 26 horas, segundo relatório divulgado pelo Grupo Gay da Bahia.

Embora haja uma redução de mortes em comparação a outros anos – foram 329 em 2019; 420 em 2018; e 445 em 2017 –, trata-se de um número muito alto (e cada número é uma vida) que reitera um discurso evidenciado no Mês do Orgulho LGBT+ (no caso, junho), e no Dia do Orgulho LGBT+ (28 de junho).


Em função do isolamento social, a comunidade LGBT+ em Minas Gerais fará várias ações on-line. Muitas delas, oriundas de grupos e coletivos culturais. É o caso da companhia de teatro Toda Deseo, que completa em 2020 sete anos de existência e vai divulgar uma série de atividades para esta semana.

“Todas elas serão virtuais”, diz Rafa Bacelar, um dos atores da cia. “A gente ainda está pensando se fará alguma coisa no dia (28), mas no 29 teremos o Chá das Primas, um projeto que existe há alguns anos. Convidamos pessoas a debater algum tema, e no caso esse tema são os corpos LGBTQI+, sexualidade e seus gêneros. Provavelmente será às 20h do dia 29”, ressalta ele.

E continua: “Já tínhamos toda a programação para o ano inteiro, mas ela precisou ser interrompida. A gente tem feito encontros semanais, para conversar sobre os próximos passos, fazer leituras de textos e roteiros de cinema, falar muito sobre o sistema político atual e o sistema político de arte”, relata.

Ele aproveita a deixa para emitir sua opinião sobre a importância do Dia do Orgulho LGBT+. “Acho muito importante esse dia, é um pacto mundial, em que pensamos questões, mas que é algo que precisa ser evidenciado todos os dias. E a arte contribuí com isso de modo vertical”, comenta.

Academia TransLiterária

Quem também estará em ação é a Academia TransLiterária. Nessa sexta-feira (19), em parceria com a Cozinha da Lua, o coletivo de artistas fez a entrega de 50 marmitas de feijoada vegana com suco de laranja para pessoas em situação de rua. E, nesta semana, haverá lives e outros conteúdos, a serem conferidos nas redes sociais da academia.


@bsurda

A @bsurda é outra atração da semana, com a superprogramação da Parada Virtual, a ser realizada no Instagram, no YouTube e pelo Zoom, até o outro domingo (28). Haverá festas, debates, oficinas, shows, talks e performances, tudo on-line.

Bharbixas

Considerado o primeiro time de futebol LGBT+ da capital mineira, o Bharbixas completa três anos com uma programação até o dia 25. Dê uma olhadinha no Instagram (@bharbixas) para conferir as novidades.

Os transfóbicos agressores a Cibelly Pâmela fugiram quando algumas pessoas tentaram chamar a polícia. A mulher trans passou quatro meses no hospital, ficou paraplégica e perdeu parte do crânio
Depois de vivenciar pesadelo, Cibelly necessita de ajuda

Após as atrocidades que sofreu, a paraense Cybelle Pâmera passou quatro meses em um hospital em BH. Ela ficou paraplégica, perdeu parte do crânio e teve vários dentes quebrados.

A Rede Nacional de Pessoas Trans visibilizou as dificuldades financeiras que a família de Cybelle está encontrando para conseguir pagar as despesas necessárias para os cuidados e tratamento de reabilitação.


“Com isto divulgamos a campanha ‘Amor por Cibelly, amor às Pessoas Trans no Brasil’, e esta ‘vakinha’ virtual direcionada à conta do Senhor Douglas, pai de Cibelly, a quem a Rede Trans Brasil agradece pelos cuidados, atenção e respeito à identidade de gênero de sua filha”, dizia parte do texto da campanha de ajuda à Cibelly.

Quem quiser colaborar, acesse o site www.vakinha.com.br.

Por:Thiago Prata
@ThiagoPrata7