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Banhos quentes fazem parte da rotina diária dos belo-horizontinos. O hábito de higiene, entretanto, pode soar como ostentação para pessoas em situação de rua. Pensando nisso, o Instituto Dom Luciano Mendes de Almeida desenvolveu o projeto "Benzão - O Ônibus do Bem", um ônibus itinerante equipado com ducha que promete levar um pouco de conforto a esses cidadãos, para recuperar a autoestima e estimular pessoas a superar as adversidades diárias.
A iniciativa social em Belo Horizonte vem adaptando um ônibus que era utilizado no transporte público com banheiro, ducha, além de um espaço para barbearia e um consultório/escritório, que será usado para levar melhores condições de higiene, além de atendimento psicológico e jurídico para as pessoas em situação de rua que residem na capital.
De acordo com o fundador e presidente do Instituto, o advogado Décio Freire, o projeto surgiu após uma observação do aumento da população de rua na capital. "Em BH, notamos esse aumento principalmente durante a pandemia. O instituto criou um projeto e distribuímos 45 mil máscaras, mas achamos que isso não era suficiente e queríamos fazer algo maior. Tivemos então a ideia da criação do 'Benzão', que é uma alusão ao 'buzão', palavra usada pela população para se referir ao ônibus", explica.
Foto: Flávio Tavares / O Tempo
Segundo Freire, o coletivo foi adquirido e modificado por uma empresa especializada em motorhome graças a doações. O projeto itinerante vai rodar a capital de segunda a sábado, em horário comercial, a partir de 1º de agosto. Ao todo, o ônibus vai estacionar em 25 pontos "quentes" de BH, onde estão a maior concentração de pessoas em situação de rua.
"A ideia é que o 'Benzão' fique parado a cada dia do mês em uma localidade fixa para que o cidadão possa ter em mente que uma vez por mês ele vai ter o atendimento naquele local. Isso vai permitir atingir todas as regiões da capital durante o mês e buscar mais dignidade, enquanto não resolvemos o problema em definitivo", afirma.
Para aumentar ainda mais a rede de solidariedade, o projeto busca agora por parceiros que ajudem a financiar a iniciativa. A ideia é que, com o patrocínio, a iniciativa ofereça também ao usuário kits de higiene, com xampu, pasta e escova de dente, além de roupas limpas e alimentação gratuita.
"Nós queremos fazer o máximo, dar uma refeição, por exemplo, mas precisamos do apoio. Tenho certeza que os empresários vão entender o tamanho e o benefício do projeto para amenizar o problema da população e, assim, apoiar", reforça o fundador do instituto.
Interessados em apoiar a iniciativa podem entrar em contato através do email do Instituto Dom Luciano Mendes (instituto@idlprovida.com.br) de Almeida e também no Instagram, @idlprovida.
Sofrimento
Dados do Censo Pop Rua 2022 mostram que, entre 2013 e 2023, o número de pessoas em situação de rua em BH passou de 1.827 para 5.344, um número praticamente três vezes ou 192% maior. Destas 3.517 novas pessoas na situação, 35% passaram a viver nas ruas da capital mineira após o início da pandemia de Covid-19, em 2020.
Na avaliação da coordenadora Pastoral de Rua, da Arquidiocese de BH, Claudenice Rodrigues Lopes, com a disparada de pessoas nessa situação, iniciativas sociais ajudam a amenizar o sofrimento daqueles que estão em situação de vulnerabilidade. Para ela, no entanto, os projetos não devem isentar o poder público de suas obrigações para garantir direitos básicos aos cidadãos.
“Historicamente a sociedade civil sempre respondeu às necessidades sociais da população de rua e é isso que a mantém viva. Mas a questão é que o poder público precisa se comprometer com certos serviços estruturantes. É necessário que todos os territórios da cidade tenham esse tipo de serviço, de oferta de banho. Estamos na luta por leis, a sociedade pode apoiar, mas não pode substituir”, aponta.
Questionada, a Prefeitura da capital disse que reconhece a importância de iniciativas da sociedade civil, mas que também desenvolve políticas públicas de caráter continuado, com destinação de recurso e atendimento diário a 2 mil pessoas nos Centros Pop e nos abrigos na modalidade Casa de Passagem.
"Em relação à população em situação de rua, no âmbito da Assistência Social, a PBH atua em consonância com a Política Nacional para a População em Situação de Rua (Decreto nº 7.053 de 23 de dezembro de 2009) para viabilizar o acesso a serviços, programas, projetos e benefícios que contribuam para a construção do processo de saída das ruas e inclusão social destes indivíduos e famílias", garante.
Fonte: otempo.com.br
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A iniciativa social em Belo Horizonte vem adaptando um ônibus que era utilizado no transporte público com banheiro, ducha, além de um espaço para barbearia e um consultório/escritório, que será usado para levar melhores condições de higiene, além de atendimento psicológico e jurídico para as pessoas em situação de rua que residem na capital.
De acordo com o fundador e presidente do Instituto, o advogado Décio Freire, o projeto surgiu após uma observação do aumento da população de rua na capital. "Em BH, notamos esse aumento principalmente durante a pandemia. O instituto criou um projeto e distribuímos 45 mil máscaras, mas achamos que isso não era suficiente e queríamos fazer algo maior. Tivemos então a ideia da criação do 'Benzão', que é uma alusão ao 'buzão', palavra usada pela população para se referir ao ônibus", explica.
Foto: Flávio Tavares / O Tempo
Segundo Freire, o coletivo foi adquirido e modificado por uma empresa especializada em motorhome graças a doações. O projeto itinerante vai rodar a capital de segunda a sábado, em horário comercial, a partir de 1º de agosto. Ao todo, o ônibus vai estacionar em 25 pontos "quentes" de BH, onde estão a maior concentração de pessoas em situação de rua.
"A ideia é que o 'Benzão' fique parado a cada dia do mês em uma localidade fixa para que o cidadão possa ter em mente que uma vez por mês ele vai ter o atendimento naquele local. Isso vai permitir atingir todas as regiões da capital durante o mês e buscar mais dignidade, enquanto não resolvemos o problema em definitivo", afirma.
Para aumentar ainda mais a rede de solidariedade, o projeto busca agora por parceiros que ajudem a financiar a iniciativa. A ideia é que, com o patrocínio, a iniciativa ofereça também ao usuário kits de higiene, com xampu, pasta e escova de dente, além de roupas limpas e alimentação gratuita.
"Nós queremos fazer o máximo, dar uma refeição, por exemplo, mas precisamos do apoio. Tenho certeza que os empresários vão entender o tamanho e o benefício do projeto para amenizar o problema da população e, assim, apoiar", reforça o fundador do instituto.
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Sofrimento
Dados do Censo Pop Rua 2022 mostram que, entre 2013 e 2023, o número de pessoas em situação de rua em BH passou de 1.827 para 5.344, um número praticamente três vezes ou 192% maior. Destas 3.517 novas pessoas na situação, 35% passaram a viver nas ruas da capital mineira após o início da pandemia de Covid-19, em 2020.
Na avaliação da coordenadora Pastoral de Rua, da Arquidiocese de BH, Claudenice Rodrigues Lopes, com a disparada de pessoas nessa situação, iniciativas sociais ajudam a amenizar o sofrimento daqueles que estão em situação de vulnerabilidade. Para ela, no entanto, os projetos não devem isentar o poder público de suas obrigações para garantir direitos básicos aos cidadãos.
“Historicamente a sociedade civil sempre respondeu às necessidades sociais da população de rua e é isso que a mantém viva. Mas a questão é que o poder público precisa se comprometer com certos serviços estruturantes. É necessário que todos os territórios da cidade tenham esse tipo de serviço, de oferta de banho. Estamos na luta por leis, a sociedade pode apoiar, mas não pode substituir”, aponta.
Questionada, a Prefeitura da capital disse que reconhece a importância de iniciativas da sociedade civil, mas que também desenvolve políticas públicas de caráter continuado, com destinação de recurso e atendimento diário a 2 mil pessoas nos Centros Pop e nos abrigos na modalidade Casa de Passagem.
"Em relação à população em situação de rua, no âmbito da Assistência Social, a PBH atua em consonância com a Política Nacional para a População em Situação de Rua (Decreto nº 7.053 de 23 de dezembro de 2009) para viabilizar o acesso a serviços, programas, projetos e benefícios que contribuam para a construção do processo de saída das ruas e inclusão social destes indivíduos e famílias", garante.
Fonte: otempo.com.br